sexta-feira, 22 de maio de 2009

CRÓNICAS DE JOSÉ EDUARDO SIMÕES

POLÍTICA: LIMPEMOS A "PORCA"...


A Política não precisa de ser este "objecto" mal visto pelas pessoas. E não tem culpa nenhuma do que, no concreto, fazem com ela e em seu nome...
Porém, quem se queixa ou se indiferencia dela, deve perceber que, neste caso, o queixoso é... também culpado!

A Política nasceu como uma actividade de importância primordial: governar a "cidade".
Foi adquirindo, depois, diversas acepções, das quais, as duas principais permanecem sendo:
1-Em sentido lato, a arte ou ciência de governar;
2-Em sentido estrito, a arte ou ciência da organização, direcção e administração das nações e dos Estados;

Não se trata, portanto, de uma actividade acessória, ou secundária, mas antes, de algo absolutamente fundamental nas sociedades de todos os tempos; e não deve ser tratada como actividade negligenciável, visto ser aquela que determina e conduz todas as outras. Logo, todas as pessoas, em todos os lugares.

A Política, de um ponto de vista democrático, adquire a sua máxima expressão na capacidade das pessoas tomarem conhecimento e opinarem livremente sobre os assuntos que lhes dizem respeito e que, bem entendido, são todos aqueles que envolvem a comunidade. Logo, a Política diz respeito a toda a gente, e não só ou exclusivamente aos representantes da população nos órgãos de poder, pela simples razão de que as decisões destes não podem ser formulações autónomas, pessoais ou arbitrárias, mas antes em cumprimento das decisões maioritárias, emanadas do Povo; ou aos Partidos que, pretendendo-se emanações da sociedade, quando muito completam ou representam, mas não substituem os direitos de cidadania individualmente considerados.

Apenas pelo facto de estarem integradas numa sociedade democrática, as pessoas possuem este dever de ser "políticas", e este direito de decidir politicamente. Ninguém lhos pode tirar. Ao "político", enquanto integrante de um órgão do poder, só é lícito executar o que lhe foi previamente determinado. A sua função é cumprir as determinações que a sociedade avalizou e de cujo cumprimento o encarregou. Ao "político", membro de um Partido, fica o encargo de desenvolver e apoiar políticas, dentro de uma determinada linha de pensamento, que se coadunem com os anseios e reivindicações sociais. Como se constata, por detrás, mas acima de ambos estes sujeitos (os "políticos") está um outro, efectivamente soberano, que é o Povo.

É assim, em Democracia. Os direitos e as decisões residem nos cidadãos, os deveres nos executores, meros representantes daqueles.

A inversão desta hierarquia de "importâncias" tem sido possível pela desvalorização da Política, pelas pessoas, e pelo desinteresse em acompanhar os seus trâmites. Um abstencionismo que tem permitido aos "políticos" sobrevalorizar a sua acção, e até ultrapassar de largo as suas competências, sem temerem consequências por isso... Aí temos, para quem quiser ver, uma autoproclamada "casta" de "políticos", nas sedes partidárias e nos órgãos de poder, a reclamar benesses e "divinizações", como qualquer despótico imperador romano...

Interiorizar os direitos e perder o medo à intimidação dos "políticos" e à chantagem do poder, representam passos enormes para a liberdade - a individual e a do conjunto da colectividade. Mas, para isso, é fundamental a participação: não delegar em ninguém as decisões que nos dizem respeito a todos.

O filósofo e matemático inglês Bertrand Russell referia-se à Democracia como o sistema em que se tem aquilo que se merece. Porque dos nossos actos e omissões, dos nossos erros e acertos, enfim, das nossas escolhas, depende o exercício político do Poder. Não adianta inventar "bodes expiatórios", nos "políticos" e nos seus actos - a última responsabilidade política, em democracia, reside sempre nos cidadãos!

Eu acrescentaria a isto, algo que considero muito importante: os "políticos" só se tornarão responsáveis, no dia em que nós também o formos, e antes deles. No dia em que eles perceberem que "do lado de cá" estão cidadãos atentos e informados, vigilantes e conscientes dos seus direitos. No dia em que lhes for evidenciado que a nossa indiferença perante a actividade política acabou! Aí, eles vão ter mais cuidado, vão ser menos arrogantes e esforçar-se mais, muito mais... Querem apostar?

José Eduardo Simões

1 comentário:

Anónimo disse...

Ninguém lê??? Ninguém Comenta??? Que tristeza!!!
O engraçado disto tudo - porque este blog só pode ter graça, mesmo muito cómico, é que os independentes de última hora que balbuciam aqui as suas diarreias mentais e intelectuais, que andam atrás do BE para conseguirem um apoiozinho para chegarem ao tacho, nem sequer levam com a visita do M Portas quando passa pelo Algarve. Porque será?
Independentes da treta, não é?