sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AINDA A QUESTÃO ALISUPER



Estiveram a manifestar-se em Lisboa, uma parte dos trabalhadores das empresas associadas ALICOOP e ALISUPER e, se partiram com incertezas para um protesto vulgar nos últimos tempos, à porta de um Banco, voltaram sem respostas e apenas ilusões.

Pelas últimas declarações de Miguel Freitas e a presença informal de Mendes Bota na manifestação, ficamos com a ideia de que não estão envolvidos directamente nas “negociações” ou, o que sabem, não dizem.

Se um grupo de credores principais, os Bancos, avançam para a elaboração de um estudo, anunciado como tendo custado 500 mil euros e que se decidiu pela capacidade regenerativa das empresas e se uma dessas entidades, exactamente o Banco público CGD, se esconde atrás da escusa de um milhão e duzentos mil euros para todo o processo arrancar, isto significa que os factores se alteraram e as soluções já não passam por manter o anterior figurino.

Miguel Freitas, na sua primeira intervenção sobre este assunto, em Novembro, arrastando consigo uma imagem de envolvimento parlamentar e do partido do Governo, disse que seria accionado o Fundo da Segurança Social para cobrir os salários em atraso e que entendia haver solução para a empresa.

Dois meses depois, o conteúdo das declarações de Miguel Freitas, incidindo sobre “a necessidade de procurar a melhor solução para o Grupo”, faz adensar a nuvem do que o que está em discussão é como arrumar o assunto dos trabalhadores, o maior empecilho, porque as empresas valem pelo seu património e relativa penetração no mercado, valores que poderão ser espartilhados pela solução financeira julgada conveniente, a que não será alheia a entrada em cena de qualquer grupo concorrente da distribuição.

O que o horizonte parece desenhar, é que os trabalhadores, com seis meses de salários e subsídios em atraso, irão para o Fundo de Desemprego, sujeitando-se a meses de espera pelo ressarcimento dos atrasados, tal como os pequenos credores se enterrarão em despesas judiciais pela reclamação dos seus créditos.

Se o Algarve já enfrenta um nível de desemprego sem soluções à vista, acrescentam-lhe mais 500 pessoas de forma directa e desarticula-se uma das maiores empresas da região, dando margem de negócio aos velhos e novos clusters.

O problema da ALICOOP já se arrasta há anos e o da ALISUPER há meses, não tendo havido nenhuma preocupação atempada para uma intervenção que permitisse soluções correctivas. Os políticos só entraram em cena, quando a voz dos trabalhadores ecoou na comunicação social, proferindo as habituais declarações de ocasião e com o cinismo de quem chega atrasado mas está “atento”.

No decurso desta crise, cuja explosão foi gerida para fora do período eleitoral, será que na passagem pelo Algarve da nova ministra do Trabalho, estes números e os que se vão seguir já estavam inscritos no seu plano nacional?

É um facto que as empresas nascem e morrem por razões e interesses diversos mas, também é um facto que sendo os trabalhadores um dos seus principais activos, são, contudo, os mais desconsiderados e usados, como se de mercadoria se tratassem.


FORUM ALBUFEIRA


Depois de elaborado este texto, foi confirmada a rescisão colectiva com todos os trabalhadores. Confirmou-se também, toda a hipocrisia política em volta da "salvação" destas empresas. No Algarve já andamos perto dos 30.000 desempregados e a economia em queda, vai continuar a aumentar estes números.

O Governo continua a fingir que não conhece a dimensão do drama e ainda responde com o desinvestimento na região.


Embora reconhecendo que a informação que nos deram não é consolidada, porque se basearam no anúncio/ameaça de um dos dirigentes da empresa, como forma de pressão, não vamos retirar o texto, deixando-o também como uma forma de pressão para que se encontrem soluções justas.


FORUM ALBUFEIRA

4 comentários:

alpha disse...

Isso que escrevem de rescisão com todos os trabalhadores é completamente mentira. Informem-se e certifiquem-se das coisas antes de as dizer. É injusto dizer mentiras apenas para ter assunto para se escrever.

Anónimo disse...

isto sem os comentários do caça cromos n tem piada nenhuma lol. té tô dmirado dele n dizer nada da queixa do desidério. o homem falou dos miudos sem água e nem lhe responderem e responderem a outro... deve ter desistido de ca vir. e o raposo tá quieto lol, nem mexe...

FORUM ALBUFEIRA disse...

Caro comentador "O Engenheiro"

A sua participação é sempre útil, nunca lhe fizemos juízos de valor mas, embora aceitando o erro de tornarmos um facto o que ainda não é, achamos estranho que o seu comentário se fique apenas pelo erro, não tecendo quaisquer considerações sobre o conteúdo do texto.
Mas também reconhecemos que está no seu direito de não o fazer.
Bom dia.

Anónimo disse...

Se a minha empresa fôr à falência por má gestão, que culpa tem o governo? E os bancos ? Porque é que têm que me ajudar?