terça-feira, 8 de junho de 2010



A FRAQUEZA DA RAÇA, DA PÁTRIA E DO 10 DE JUNHO



Imagem de Luís Vaz de Camões

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O passeio anual do 10 de Junho pelo país, num dispêndio de energias e dinheiro, com ineficazes propósitos de elevar o moral dos portugueses e de onde saem discursos de patriotismo insonso e de façanhas perdidas nos tempos, ao vir para o coração de uma das províncias mais afectadas pela crise, não poderá contornar as satisfações sobre essa façanha, de apenas um punhado ter desbaratado um país, com os custos a dividir pelos inculpados.

A pacovice portuguesa fica bem demonstrada neste tipo de evento e comum em muito terceiro mundo, onde a tropa (com graduados de sobra) vem mostrar as habilidades para justificarem a existência e, a política caseira, procuram o encontro com o povo que espoliam um ano inteiro.

A pátria, que partia o coração a Camões, exaltada por ele nas suas contradições, opulenta nos vícios dos poderosos e farta na miséria da gentalha, tem mais uma reedição actualizada no seu esplendor de desperdício, clamando os falcões das presas.

Tal raça que despreza os avisos dos poetas que lhe dão alma, lhe incensam as mágoas e trovoam os algozes, atravessa outros cabos das tormentas, que as aventuras dos saqueadores dos tempos modernos perpetram no uso da riqueza que não lhes pertence, sedentos de gozo e embriagados na irresponsabilidade das mentiras que tomam como verdades e com que arrancam o voto da impunidade.

O 10 de Junho de 2010, no actual contexto, representa a exaltação bacoca de outros tempos e a humilhação da pátria e de um povo, que é considerado pelos seus pares de outras paragens, culpado dos desmandos que desconhecia.

Camões, se estivesse entre nós, iluminando a mente e aquecendo o coração dos portugueses, revia o elitismo autista da mesma cobardia que espalhava a bendita paz da pobreza, porque deles é o reino dos infernos, na sorte de expiarem os pecados com a sobrecarga dos trabalhos e dos impostos.

Num país endividado sem pudor, que insiste em cerimónias ocas que ninguém liga, cai numa cidade com problemas ainda mais agravados nesse mesmo despudor, numa demonstração de falta de bom senso e de vício despesista.

O dinheiro por junto do arraial e dos banquetes, daria uma boa ajuda num plano de procedimentos simples para a limpeza e arranjos mínimos da cidade.

Mas quando os presidentes preferem os fatos de gala…


Luis Alexandre

4 comentários:

Anónimo disse...

Camões era um lirico e está visto que se aproveitam ainda dele, os emigrantes têm por cá o dinheiro e os políticos de agora têm os olhos bem abertos para saberem onde porem os pés para não darem cabo do resto.

carlos

Anónimo disse...

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POLITICA LOCAL:
Ninguém se apercebeu mas no passado dia 8 deste mês houve eleições no PSD de Albufeira.
Carlos Eduardo da Silva e Sousa apresentou uma lista que segundo se consta irá abrir muitas brechas no PSD local, ou o record de abstenções que foi batido não quererá dizer qualquer coisa??!!!.

Alguém que pensa.
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FORUM ALBUFEIRA disse...

Senhor alguém que pensa

Pode-nos fornecer mais informações sobre o que afirma?

Tem razão quando diz que este movimento foi dirigido quase que em surdina, como nas organizações secretas.

FORUM ALBUFEIRA

Zé Broas disse...

só se preocupam com o que se passa na camara