sábado, 26 de junho de 2010

O que quer o futuro líder do PSD regional?


Na sua nota de candidatura e com eleição assegurada, Luís Gomes, lançou várias premissas da sua futura agenda regional, de onde retirámos uma ideia principal: “Não pode haver um plano de austeridade sem um programa para o desenvolvimento do país, porque só assim se poderá gerar receitas”.

Sendo uma ideia forte, que faz todo o sentido ser arrastada para a condição regional, não esteve basilada na actividade do seu partido, embora tendo as mãos livres do poder, que lhe confere uma maior responsabilidade de fiscalização e somando o facto de ter tantos deputados como o seu parceiro de bloco central, com quem divide a autoria da crise e do PEC.

Luis Gomes está preso às afirmações, ficando a sua base eleitoral e a população em geral, na expectativa de medidas e acções concretas, que consubstanciem a ideia do tal plano de desenvolvimento para a região, com reflexo nos ganhos e no crescimento.

Contudo, na continuação da sua nota, adiantou linhas de pensamento geradoras de preocupação na sua interpretação, que não deverá andar muito longe do velho suporte imobiliário ou comercial, desconfiamos, ao adiantar após alusão a geração de receitas, que se referia a investimentos que não especificou e que só no concelho de Vila Real de Stº António: “são 936 milhões de euros, o que equivale a 15% do PIB regional. São cinco projectos só no meu concelho, imaginemos os outros”.

Como todo o trabalho político realizado até ao momento no Algarve, não foi capaz de lhe dar outros rumos, apesar da reconhecida necessidade da multidisciplinaridade da economia, vamos atribuir o benefício da dúvida sobre todo esse afirmado volume de investimento que o centralismo de Lisboa e a sua burocracia emperram, esperando esclarecimentos, esforços e resultados, para os problemas da enferrujada monocultura do Turismo, que se revela incapaz de alimentar a economia da região ao longo do ano, com maior acuidade nos concelhos cuja cegueira política os levou a girar só em torno do Sol e praia e, como alternativa social, os cogumelos comerciais.

O estado de indiferença a que a região foi votada, de forma injusta e consentida pelas sucessivas vassalagens ao centralismo partidário que dividiu o poder, precisa de gente de outra têmpera, que para além de verbalizar o conhecimento dos problemas, tem de lutar por eles, com a coragem de afrontar as decisões, mesmo que lhes custe os cargos ganhos com promessas de objectivos e antes de serem passadas a forma de lei.

A direcção em hora de despedida não deixa saudades e, a que vem, anunciada em salganhada de sensibilidades, também, à partida, não reúne a confiança na mudança das estratégias seguidas no passado. Luis Gomes, é o resultado de negociações, cedências e distribuição de cargos entre as elites, e não o detentor de uma linha que ganhou firmeza e respeito entre as bases do partido e a população do Algarve.

O Algarve está cheio de promessas não cumpridas e de políticas sub-reptícias que apenas nos diminuíram, apesar da inundação de estados gerais, congressos, debates e outros divertimentos.

Os tempos não estão para levar os algarvios de tolos porque a revolta vai-se interiorizando.


FORUM ALBUFEIRA

Sem comentários: