domingo, 20 de junho de 2010

UM PAÍS FALIDO OU UM SISTEMA FALIDO?



Não sabemos quanto tempo mais vamos precisar para perceber as teias desta versão do sistema capitalista em que embrulham todo um povo mas, uma coisa fácil de entender, é que as promessas que fazem e as premissas com que pedem sacrifícios, nunca se cumprem.

De crise em crise e sem rebuços de linguagem, o argumentário político visa a ilibação dos seus responsáveis, que se revezam, mancomunam, protegem e satisfazem com o poder, recuperando as acusações de improdutividade, desleixo e incompetência da produção e dos “excessos” cometidos pelos salários generalizadamente baixos para, depois, dar seguimento aos hipocritamente fundamentados ataques aos direitos e conquistas do trabalho.

O que é conquistado em esforço, através de meses e anos de lutas, é desbaratado pelos golpes planeados do capitalismo, que depois de ter causado a implosão dos mercados pelo descontrolo da sua apetência, tem um repetido leque de medidas de salvação própria.

Os lucros fabulosos da produtividade, escondidos pela Banca e apadrinhados pela habilidade dos jogos de poder, faltam nas tesourarias para as obrigações porque foram acumulados no grande saco azul intocável (as off-shores), que podem especular à vontade, entrando e saindo das economias dos países, deixando as suas marcas e quando em aflições, recebem a cobertura dos seus apêndices das rating para o trabalho de chantagem.

Este sistema, que leva os países e o mundo à falência e nos períodos de crescimento se limita a acumular riqueza para a usar como fonte de especulação, deixando ostensivamente mais de 2/3 da humanidade em situação abaixo do limiar da sobrevivência, tem sobrevivido sobre teorias da conspiração, inventa os seus papões e renova os seus ideólogos que repetem não haver alternativas mas sente a necessidade de se armar e proteger atrás da lei e dos seus vários agentes espalhados na política, nas forças sociais e nos meios de informação, vitais nas suas manobras.

Este sistema, de raízes milenares na exploração do trabalho e que se estruturou na Revolução Industrial, remoca-se para os objectivos, explora as dificuldades e valoriza as adulterações das outras experiências sociais saídas da vontade popular mas, não é inesgotável.

O sistema capitalista esconde-se atrás das democracias parlamentares, cultiva os mitos da abertura de ideias e das liberdades individuais, não descura os aspectos da sua defesa, estabelecendo uma complexa rede de Organizações, Tratados, Comunidades, Acordos, Polícias, empréstimos, investimentos, subornos, golpes de Estado e presenças militares estrategicamente espalhadas. E mais a arma do veto, dentro daquela organização de cobertura das acções de rapina das grandes potências.

Quando o mundo não percebe a bem as boas intenções e o seu papel na satisfação do capitalismo, percebe à força e não faltam exemplos.

Uma boa parte dos países quase colapsaram sem culpa própria (para não falar daqueles que vivem na pobreza crónica), cujo saque teve epicentro nos EUA e cúmplices por todo o lado. Recompostos da desaprovação social e conscientes da gravidade dos estragos, levaram um ano a injectar capitais para a salvação dos pilares do sistema financeiro, o que agravou as contas públicas, havendo necessidade, na segunda parte do plano, de pôr as populações a pagá-las. O buraco português dos 3 para os 9,3%, foi aberto a favor dos capitalistas, que ditam agora as formas do seu pagamento.

Perante a fragilidade dos equilíbrios e o despertar de cada vez mais sectores sociais para a realidade, o sistema capitalista está em alerta, os telefonemas entre Obama, Merkel e Sarkosy são uma constante de ordens, que os serviçais cumprem.

O caminho aplanado procura uma nova vitória, marchando sobre o amadurecimento das ideias.


Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

Falando em colapso,talvez seja o momento da nossa CMA,ter em conta,o abuso que se verifica na maioria dos bares de Albufeira,que se julgam acima da lei,prejudicando grande parte da população residente com o ruido da música em alto volume,sem fiscalização,apesar das queixas existentes na autarquia.
Qualidade de vida em Albufeira?Onde?Como?Devem estar a brincar com a gente.O Zé povinho sofre,os Senhores vivem no sossego,nas suas vivendas no campo,pagas com o sofrimento dos outros .Até quando?