quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Portagens: todos trabalham para a derrota?



O ano de 2004 já lá vai e as condições políticas que rodearam a contestação às portagens.

Na altura, a luta política centrava-se no aproveitamento dos erros gestionários em torno da alternativa do poder e não aproximava os dois principais partidos, como a actual conjuntura.

As direcções regionais, que não se sentiam pressionadas pelo radicalismo do momento, envolveram-se no adiamento das portagens.

Nas circunstâncias actuais em que o discurso central se uniformizou na pressão das receitas e os níveis de interesses carreiristas dos dois líderes estão no máximo de expectativas em promoções, os cuidados passam pelo refúgio da salvação da pátria e das posições colectivas da cortina da AMAL.

O facto de esta entidade transformar a requalificação da EN 125 na condição central, contrariando o que muito foi dito e escrito pelos responsáveis partidários e autárquicos sobre a impraticabilidade desta rua ser uma estrada e o modo de financiamento da Via do Infante, serve apenas para encobrir a mudança de estratégia com vista a dobrar os algarvios a aceitarem o dever patriótico da inevitabilidade das portagens.

Para a elite política algarvia, cujas opiniões se configuram agora na AMAL, que não se revê na comissão de utentes e na intenção de a esvaziar sobre as condições em que nasceu e recuperar a iniciativa, os protestos devem ser feitos na mesa do primeiro-ministro para lhe lembrar as promessas eleitorais e a data prevista para o fim da requalificação.

A comissão de utentes, com protesto de rua marcado para dia 8 e sem que se conheçam quaisquer planos locais de acções futuras, repudiou a posição da AMAL, acusando-a de concorrer a prazo para a realidade das portagens, como se houvesse surpresa nesta posição.

O consciente desta comissão de utentes, não pode estar dependente de estratégias e ilusões de partidos com propostas de lei pendentes do sabor de outro partido maior, que nunca embarcaria num recuo e nem na companhia.

Uma comissão que não tem trabalho feito e se propõe mobilizar as pessoas, o que pretende quando reage com a afirmação pública: “caso sejam introduzidas portagens… a EN 125 voltará a ser a estrada da morte”?

A comissão não foi criada para lutar? Se esperam por formas de lei e conversas de gabinete que nunca deram em nada e não por formas práticas, poderão fazer perder o tempo e a vontade de quem quer resistir à tentativa (só será uma realidade se deixarmos) de mais uma grande injustiça sobre a nossa região, já em profunda depressão, antes dos efeitos do recessivo OE para 2011.

O caminho é: ousar lutar para ousar vencer!

Luis Alexandre

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