sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A propósito do encerramento do HIA para negócio...

As doenças da Saúde no Algarve


Nos últimos tempos, o Algarve protagonizou os sintomas de algumas das doenças na área da organização da Saúde e na estratégia do Estado de a dividir com o sector privado.

De uma maneira geral, as políticas de Saúde praticadas em Portugal foram cedendo aos vários lóbis do sector e ao apetite dos investidores privados, na lascividade de que o sector público não responde às necessidades da assistência médica e cirúrgica, que uma boa parte dos mesmos profissionais asseguram com disponibilidade no privado.

O caso do encerramento de um Hospital privado em Albufeira e que possivelmente nunca deveria ter aberto sem condições, assumidas publicamente pelo grupo proprietário, reconhecendo as patologias provocadas pela precipitação e a consequente desconexão de serviços, foram pelos vistos ignoradas pela ARS que não deverá ter discernido quaisquer inconvenientes de lei na sua abertura.

Se um investimento privado afirma que vai trabalhar com variadas valências e necessariamente precisará de licenças para o uso de nome de Hospital…Internacional do Algarve, quando abre só com duas que se revelam ineficazes para os próprios investidores, não haverá aqui displicência dos serviços públicos que gerem o sector?

Por acaso não houve ou não se conhecem incidentes clínicos (só laborais e éticos do foro da lei), como aqueles que escandalizaram o Algarve e o país, ocorridos numa clínica oftalmológica de Lagoa, que as autoridades reconheceram a falta de licenças e a existência de queixas que só foram levadas a sério quando decorridos muitos anos, os riscos de cegueira em alguns pacientes se tornaram públicos e escandalosos.

O Algarve, pela sua força turística e não pela capacidade financeira da sua população residente, tornou-se apetecido dos grupos privados, nacionais e estrangeiros, que vêm aqui um filão dos seguros de saúde associados às viagens.

A apetência dos autarcas e das autoridades do sector é enorme à volta dos investimentos dirigidos para as elites e para o desespero local das falhas intencionais do sistema público, levando os primeiros a esquecerem-se das suas promessas eleitorais de melhores serviços públicos de Saúde, escancarando as portas dos concelhos para a exploração da falta das respostas oficiais.

É o caso de Desidério Silva, que de memória e acção fraca, enterrou de vez a velha promessa de há nove anos para vibrar com o anúncio deste HIA e de um outro lá para os lados das Ferreiras, conhecendo que mais de metade da população não tem médico de família, nem um Centro de Saúde com instalações e meios humanos para responder ao movimento populacional do Verão.

Sobre o encerramento da sua pérola, apenas se lhe escaparam algumas palavras de conveniência para com os trabalhadores, o seu desconhecimento das razões e a desprovida afirmação de que esta unidade era uma “exigência antiga” da população (!?!?).

A atitude patronal de fechar o HIA, afinal, compadece-se apenas com interesses que como os outros negócios funcionam dentro da sazonalidade e não com necessidades básicas dos residentes, que nunca viram ali as respostas da responsabilidade autárquica e da competência da ARS.

A Saúde no Algarve vai continuar doente e sob o olhar distraído das autoridades, para gozo de alguns.


FORUM ALBUFEIRA

1 comentário:

Anónimo disse...

que a saude neste triste País niguem duvida , mas neste estado deplorável é demais , a minha sogra está com um problemas numa vista foi ao centro de saude e como não tem oftamologista queriam manda-la para Faro só que lá tambem não havia . foi para Portimão e de lá disseram para ela ir imaginem só para o hospital de S. Jose em Lisboa . e com isto não digo mais nada.