terça-feira, 2 de novembro de 2010

O mistério do Cerro do Bem Parece (II)


Com o desaparecimento da vegetação do Cerro e o nascimento de um coberto branco de betão de traça geométrica, adensa-se no tempo a curiosidade da população sobre que mistérios penderão sobre ele.

O desértico empreendimento que se diz pertencer à teia de interesses que pautaram a actuação fraudulenta do Banco Português de Negócios, está sob a alçada da Justiça, no âmbito do Tribunal Administrativo, que analisa a regularidade da sua implantação com assinatura camarária.

A IGAL, instrumento de averiguações deste Tribunal e que o país desconhece a utilidade e as lealdades que o norteiam, já andou aos papéis nos Paços do concelho e das suas conclusões e prestação de contas nada se sabe.

O Cerro é alvo de muitas conversas que passam por a Câmara ter legalizado a construção num espaço que tinha regressado à condição de zona verde, o que, por arrastamento, implica uma quantidade de interventores do serviço público camarário.

Este caso vai criando barbas, como quase todos os que enredam a administração pública, já trespassou o tempo de um mandato e, não fugindo à regra, não vai sair à estampa em condições de gerar consequências.

O cerro está ao abandono, com muitos milhões dos buracos da Banca ali enterrados, os compradores em desnorte e as soluções enterradas no costumeiro arrastamento da Justiça em Portugal.

Albufeira empenha os seus outrora verdejantes e famosos montes circundantes em projectos duvidosos, que cimentam e cercam a velha e histórica população que, para além de representarem a continuação do mau urbanismo e mau gosto, ainda lhe acrescentam problemas de imagem.

Com a Justiça lenta e improvável nas suas decisões, à portuguesa e à procura da melhor combinação para a ilibação em caso de culpa, teremos de continuar a observar mais uma zona morta e improdutiva da cidade.

Mais um mistério por esclarecer e que reúne um silêncio sepulcral do lado da Câmara…

FORUM ALBUFEIRA

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