terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma Greve Geral que tem de ter consequências


Na quarta-feira, 24 de Novembro, tendo por base as profundas contradições geradas pela crise capitalista e as políticas reaccionárias que o Governo Sócrates e seus aliados pretendem aplicar sobre o povo português, os trabalhadores vão fazer uma demonstração da sua força e revolta através da Greve Geral.

Não conseguindo iludir a consciência política da imensa maioria dos trabalhadores sobre as razões da crise que os querem fazer pagar, nomeadamente a criação dos números da dívida para sanar os buracos e perdas financeiras da Banca, com destaque para aqueles que faliram fraudulentamente (BPN, BPP e SLN) sob a direcção da camarilha cavaquista, o Governo do PS tem cada vez menos condições para governar e a acção de luta deve ser norteada para o seu derrube.

As condições de degradação social, os 700 mil desempregados, a emigração de volta, a precariedade de emprego, as ameaças permanentes sobre quem trabalha, a intenção de liberalizar os despedimentos, os mais de dois milhões de pobres, o encarecimento diário do custo de vida e as perdas de rendimentos e regalias decretadas nos PEC e no OE para 2011, mais as medidas adicionais que se seguirão no futuro próximo, são motivos suficientes para uma grande mobilização e demonstração de repúdio pelas fórmulas invariáveis do universo de soluções do capitalismo.

Esta acção dos trabalhadores portugueses, que será a mais expressiva depois de 1975 e tem profundo carácter político, não se pode ficar por objectivos curtos de “assustar uma certa burguesia”, como terá de ser uma resposta de que os trabalhadores têm outras saídas para a crise, para a gestão governativa e a defesa da independência nacional.

Os trabalhadores não podem gastar as suas energias para a simples defesa do Estado Social, que as direcções da CGTP e UGT e os chamados partidos de esquerda definem como horizonte, porquanto o que está em causa não é remendar as leis da burguesia mas impor as que servem o conjunto do povo português.

O dia 24 de Novembro representa apenas um passo numa luta prolongada, eminentemente política, onde o que está em causa não é ver e estreitar os problemas do país que nos são colocados apenas precisando de soluções técnicas e dirigidas pelos partidos burgueses mas, perceber e equacionar as políticas do interesse popular e impor que sejam aplicadas.

A linha de interesses e organização que separa a produção e a apropriação abusiva da riqueza produzida esteve sempre presente na governação do nosso país, cujos resultados estão patenteados na profundidade da actual crise, em que os lucros estão a salvo e são usados para a chantagem e mais rapinagem, ao invés do estado de pobreza geral da economia e finanças da Nação e do seu povo.

A Greve Geral tem de representar um corte com estas políticas de destruição nacional e pelo derrube do Governo que se propõe fazer o país vergar ao maior assalto jamais feito sobre o povo português.

Luis Alexandre

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