quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A 22: plataformas


Um dado adquirido, é que os dois principais partidos a nível regional não têm mão sobre o avanço da revolta dos algarvios quanto à injustiça da intenção de introduzir portagens na A22.

Os ecos do alargado descontentamento e a compreensão dos impactos negativos sobre a flagelada economia regional, empurraram a AMAL, sindicatos e associações empresariais para um entendimento que renova a história de 2004, com uma considerável diferença – a forte ligação da corrente de opinião dos líderes regionais de PS e PSD com as suas direcções nacionais e distribuição parlamentar -, responsáveis pela intransigência de portajar.

Na plataforma de 2004, a crise económica e financeira continuava em gestação de encefalia e proveitos bipolarizados, as disputas de poder entre PS e PSD não os aproximavam a nível nacional mas, a nível regional não os impedia de se identificarem com os sentimentos dos desejados eleitores.

A plataforma agora alcançada, porque os perigos de afrontamentos públicos de contestação não deixava saída aos dirigentes, possui em si um conjunto de contradições de posições e objectivos que exigem a vigilância popular.

Entre os que se opõem às portagens porque a A22 é a única via estruturante de longo curso no Algarve e aqueles que apenas exigem a suspensão das portagens enquanto a requalificação da EN 125 não estiver concluída, existe uma diferença de pretensões que não se enquadram na reivindicação de base dos algarvios – a rejeição de quaisquer portagens ainda que mascaradas de isenções passageiras.

Sobre os entendimentos tornados públicos e os próximos passos a percorrer, paira a nebulosidade do legalismo. Do outro lado está a força conjuntural dos dois principais partidos que congeminaram a decisão e que não param de dar sinais exteriores no sentido de a aplicarem.

Nesse lado estão todos os deputados aceites para virem encabeçar as listas do Algarve mais os de cá, que se limitam a pedir desculpas pelas contradições e “reconhecendo que a região vai recuar duas décadas”. Os mesmos que sancionaram a perda de duas lanças no combate ao centralismo e à injustiça contra a região.

Nenhum dos “nossos” eleitos foi contra a vontade dos chefes, preferindo as mordomias e o “peso” da consciência.

A nova plataforma só conta com os algarvios, que estão dispostos a lutar, pelo que se deve preparar muito bem, definindo com clareza e defendendo com firmeza os objectivos e controlar os escolhos das ideias nocivas que a desviem das reais aspirações.

Ousar lutar, para ousar vencer!


FORUM ALBUFEIRA

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