terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Usura nos combustíveis sem protesto?


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Há vários meses, um insuspeito gestor de uma importante empresa público-privada ligada à energia e ex-ministro, de seu nome António Mexia, disse com a autoridade que lhe enche o peito, que os combustíveis iriam nos próximos tempos ultrapassar os máximos históricos de 2009.

Depois do aviso, veio a verdade. E donde virá toda esta capacidade de fazer futurologia de preços? O que sabe este cidadão de primeira que não sabem os súbditos da pátria? Mas ninguém lhe perguntou nada ou pretendeu apurar a assertividade!

Os combustíveis não param de subir e o Governo esfrega as mãos. Tem boca grande no negócio e o silêncio é de todo conveniente. As empresas e os muitos particulares que não têm alternativas para se deslocarem para o ganha-pão, também não param de fazer contas sobre um orçamento que só encolhe.

Salazar teve vários problemas de contestação social por pretender acrescentar centavos no negócio. Hoje, o país tem proporcionalmente com o que se ganha os combustíveis mais caros da Europa e o povo cala-se. Julgará que está a construir o progresso apesar de perceber que não é o seu.

Se sobe o preço do barril, os combustíveis aumentam, se sobe o dólar face ao euro, voltam a aumentar e mesmo a variação da cotação em contrário não faz mexer o preço. Aumenta o IVA, sobem os preços, há um acidente com uma plataforma, sobem os preços e estamos chegados a este ponto insustentável.

Os protestos por canais mais reservados já levaram o presidente do ACP a afirmar que nos meandros deste jogo há cartel. O Governo terá ouvido com orelhas moucas. As gasolineiras nem quiseram ouvir, com a patriótica GALP à cabeça. A única resposta de sensibilidade… a pensar em não perder mercado…, foi recorrer ao estratagema de mais baixo preço localizado, com menos qualidade… dita inofensiva e com muita paciência de espera dos clientes.

Carlos Barbosa do ACP, falou debaixo da preocupação da capacidade financeira das empresas em enfrentarem os custos desta importante parcela e a sua contribuição para a recuperação da economia, fez afirmações que não são novas e já ouvidas de outras entidades mas, a autoridade da concorrência não se mexe, nem o Ministério Público, pressupondo que a cartelização é crime. Estamos em Portugal!

E provavelmente às portas do Verão teremos o gasóleo na casa do euro e meio ou mais, numa escalada estratégica de aproximar o preço ao das gasolinas, na sequência do que tem vindo a acontecer de forma paulatina.


FORUM ALBUFEIRA

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