sexta-feira, 22 de abril de 2011

O papel da “troika” visto do sul


Nas eleições de 2009, escrevemos sobre a impendência deste serviço de receitas para cobranças de dívidas difíceis. Os únicos sinais exteriores de riqueza, vieram a comprovar-se, cingiam-se ao vernáculo político, pródigo em promessas e camuflagens.

Enquanto por cá seguia a volúptia das fantasias, no exterior, os ramos dos serviços de créditos em risco de mal-parados, preparavam o assalto final sobre uma economia e finanças que exploraram como quiseram com os cúmplices conhecidos.

Correram quase dois anos com os cofres em queda e de gestão sob pedincha flageladora e as famílias políticas que abriram as portas a mais uma humilhação, à violentação e exploração de um povo atónito sobre o que lhe estão preparando, ainda se dilaceram pelo controlo da simples regência.

Está agora mais claro que o sonho europeu que nos levou a abandonar o mar, a terra e a produção local de riqueza (bens transaccionáveis), com a compra de serviços e bens aos nossos parceiros e o consequente endividamento, incluía este fim de ciclo - a invasão até agora pacífica dos instrumentos dos credores.

Fomos sempre enredados pelo chavão do “bom aluno” e do objectivo do “pelotão da frente”, enquanto os países que mandam engordaram pelo saque e pela dívida, com o consentimento das carreiras de políticos que foram falcatruando a escrita do Estado.

Para esta gente, a “troika” é amiga, não os envergonha, não lhes vai mexer nos bolsos ou pedir contas, retiram-lhes legitimidade no seu próprio país, conferindo-lhes o que sabem fazer melhor, mentir e enganar o povo para o dobrar e reprimi-lo policialmente, quando se impuser.

O sonho europeu e os seus mentores, que se banquetearam com os fundos recebidos e as comissões da venda do país, oferecem ao povo um prato de fome e miséria que se estenderá por anos. Do sonho ao pesadelo, salvam-se os Judas e o seu sistema, que está pronto para a estrada e a grande missão. E ainda dizem, sem despudor: “É nestas horas que se vêem os bons políticos”.

Neste cenário de surrealismo como Nação, invadidos pelas hordas dos novos exércitos e meios de tomar um país soberano, as casernas partidárias dividem-se entre o heroísmo de se sentarem à mesa ou não. Como se as opiniões deles valessem.

O que vale é a luta do povo português pela exigência da saída da “troika”, fazer a sindicância da dívida para separar o roubo e a especulação da parte efectiva e aplicar um programa de Governo de relançamento da nossa economia e finanças, com todas as personalidades e forças sociais que se comprometam.

O eixo do futuro está na dívida. A direita e a “esquerda” não a questionam e apenas se dividem em propostas teóricas de propaganda de sobrevivência. A “troika” traz apenas ordens e as formalidades estendem-se aos sindicatos. A CGTP e a UGT não querem os pobres prejudicados, fugindo à questão central de que o trabalho não deve nada! O papel das centrais em obediência aos partidos que as comandam, é o de controlar as acções de protesto localizadas para que não entronquem em acções de rua que ponham em causa a política de liquidação da dívida.

O PCP e o BE estiveram no parlamento e vivem do lamento de que as suas propostas não foram aplicadas, o PSD e o CDS, na eventualidade de poder, têm planos ambiciosos de acrescento aos da “troika”, com a privatização de mais sectores rentáveis da economia e, o dito Partido Socialista, ainda socratista, oferece-se para todos os serviços, incluindo o de carrasco, a troco da manutenção.

A sul, onde a primazia são os cargos para serventuários que obedeçam e tenham consciência do silenciamento que faz falta impor, a ordem preferiu generalizar as reconduções, com o PSD na excepção de subir o prémio. As políticas na continuidade estão asseguradas.

Entre a população o descontentamento dimensiona-se, com lutas que vão ultrapassando os medos. Quando nos unimos e pensamos pelas nossas cabeças, o sistema teme. E porque será? Então temos de procurar novas soluções!

Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

no tempo da outra Srª era os trés F futebol fatima e fado , agora são mais dois F FMI e fo---s