quarta-feira, 27 de abril de 2011

Trabalhador da France Telecom imolou-se em Bordéus


No ano passado denunciamos a situação de os trabalhadores da France Télécom serem forçados a mudar de local de trabalho, e ameaçados de despedimento se não aceitassem esta mudança imposta pela administração.

Na sequência destas condições tipicamente terroristas por parte do patronato, muitos trabalhadores entram em desespero, contraindo profundas depressões, chegando alguns deles, trabalhadores, a pôr termo à sua vida. São cerca de 60 suicídios entre 2008 e 2010.

Hoje, um trabalhador do grupo France Télécom imolou-se em Bordéus (sudeste), tornando-se assim o mais recente acto de desespero.

A administração hipocritamente lamenta-se…vilanagem!
De acordo com uma fonte sindical, o pai de quatro filhos, trabalhador da France Télécom há mais de 30 anos e considerado um "profissional muito reconhecido", estava a ser forçado a mudar frequentemente de local de trabalho.
"Esta transferência imposta forçou-o a vender a sua casa. Escreveu por diversas vezes à sua direcção e não terá obtido resposta, como sucede em muitos outros casos", confirmou a mesma fonte.
"O método empregue é de uma violência inaudita. Imolar-se pelo fogo não é um acto anódino", sublinhou.
"O conjunto dos trabalhadores estão completamente submergidos pela emoção" e "toda a cidade de Bordéus está em lágrimas", referiu outro sindicalista.
O sindicalista Sébastien Crozier considerou que esta última vítima "fazia parte das pessoas que foram vergadas pelo período Lombard", o nome do antigo director-geral Didier Lombard, (descartado como bode expiatório por parte da administração…).
Entre Janeiro de 2008 e finais de 2009, mais de 30 trabalhadores do grupo cometeram suicídio, muitos no local de trabalho.
Um estudo do Observatório do stress e das mobilidades forçadas, formado por iniciativa de dois sindicatos do grupo, revela que já ocorreu um suicídio em 2011, ocorrido na residência de um trabalhador, e 27 suicídios e 16 tentativas em 2010. A direcção da empresa nunca forneceu números sobre estes incidentes.

Dos cerca de 100 mil trabalhadores, existem cada vez mais trabalhadores em condições cada vez mais precárias, com contratos a termo (a exemplo da Portugal Telecom…), muitos deles com contratos renovados, quando são, mensalmente, desde que o Estado privatizou o seu capital maioritário.
Além do choque evidente os trabalhadores têm de reagir, como dissemos anteriormente, com determinação e frontalmente como uma força única contra mais esta barbárie atitude do capital.

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