terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma crónica intrigante… ou esclarecedora?



Este sábado, na crónica convidada no “CM”, Desidério Silva terá aproveitado a ocasião do 25 de Abril, sobre o qual tem ideias algo confusas entre a visão pessoal e a doutrina do seu partido, para implicitamente relançar a sua imagem e a missão que lhe conferiram – reparar a política egocentrista que não preparou a sucessão a par da correcção dos resultados negativos de gestão que não param de se evidenciar.

Chama ao golpe militar uma data histórica enquanto o seu partido a procura diluir, não como golpe que derrubou um regime onde estão muitos dos seus ideais, mas pelos valores sociais contidos nas manifestações de liberdade e determinação para as lutas que se seguiram.

Desidério Silva, o presidente que se embriaga facilmente com os feitos alcançados, atribui em abstracto à data do 25 de Abril e não ao consequente movimento popular, que a organização do golpe não queria que saísse à rua, a consolidação (?!) do poder local. E na felicidade de estar a ocupar o mais alto cargo no concelho, ao serviço do renovado oportunismo da recomposta direita, aproveitou a data para lançar a galeria dos presidentes, que ocupa um espaço dos Paços do Concelho.

Depois de dezenas de placas espalhadas com o seu nome, mais do que qualquer outro presidente, sacou de mais uma brilhante ideia totalmente desprendida. E para dispersar quaisquer leituras pretensiosas da iniciativa, associou-a a uma outra que executou em preparação do último acto eleitoral, reunir e agraciar em discurso todos os eleitos que serviram, incluindo os que se serviram, do concelho.

Tal como a condução do país para a bancarrota pelos políticos da ordem, também o concelho de Albufeira e as suas gestões confundiram desenvolvimento sustentado com o desordenamento que se traduziu em degenerescência da principal actividade - o Turismo -, com o cortejo de consequências conhecidas: o elevado desemprego, degenerescência social, insegurança e empobrecimento do tecido económico.

A galeria dos presidentes, sem excepção, é a galeria dos factores negativos que vêm condenando um concelho de uma beleza extraordinária, mal gerida, privilegiando a morte da sua estrutura histórica e cultural em proveito do chico-espertismo da construção especulativa, representadas nas actividades fraudulentas associadas às figuras do PSD e desenvolvidas entre outras, na Marina e no Cerro do Bem Parece.

Os equívocos e a propaganda barata da crónica, têm tudo a ver com o espírito do golpe militar mas absolutamente nada com a coragem do povo que impôs outros objectivos para a mudança do regime.

Desidério Silva, retirado das listas para deputados à Assembleia, iniciou a missão final que lhe incumbiram de assegurar os interesses do PSD, a qual não se mostra fácil! O significado e efeitos dos actos traduzidos na realidade vivida, são mais fortes que o foguetório da “obra feita”. O futuro candidato do PSD tem um padrinho em decadência.

O que vai ficando cada vez mais visível, é que são muitas as Câmaras que fazem obra com o dinheiro dos outros… deixando os custos às costas dos munícipes, como abuso do uso do poder público.

FORUM ALBUFEIRA

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