quinta-feira, 19 de maio de 2011

A carta a quem manda…


O estado de oportunismo sobre a crise, pondera todas as portas que o grande capital pode transpor. A empresa e o serviço público dos Correios são uma delas.

A julgar pelas manobras que se desenvolvem em Albufeira, em que se prepara o encerramento do mais histórico e representativo posto de Correios, calculamos o volume de tramóias pela região e pelo país. É a gula senhores, que os novos tempos de mendicidade sobre a má gestão e desbaratamento dos recursos do país escancararam as portas.

O que dá lucro ou tem condições de ser explorado e grandes áreas de progressão, estão na linha de serem alienadas. O serviço público de correspondência e afins estão na rampa dos interesses privados, sem se ponderarem do ponto de vista social os efeitos, os custos e até a privacidade das pessoas, pelo desaparecimento de qualquer controlo da futura empresa privada cujos factores de lei, ou uma boa parte deles, ficam à porta.

O Posto de Correios da baixa de Albufeira, que pela multiplicidade de serviços que presta e os milhares de utilizadores, entre locais, empresas e turistas, deixa algumas dúvidas sobre o economicismo da intenção do encerramento. Por exclusão de partes, resta-nos a importância da localização pela existência de um projecto imobiliário com o rabo escondido.

Este plano de encerramento, que pertencerá ao dossier da privatização, atropela todos os interesses dos cidadãos e dos trabalhadores, que estarão na rampa dos despedimentos como desculpa para a racionalização de custos à custa de um mau serviço final, transferindo esses custos para os consumidores, mesmo que preparado por um Governo (PS) de cor diferente da autarquia (PSD) nunca poderá ser desconhecido do executivo local.

Há dez dias que o blogue do FORUM ALBUFEIRA denunciou a situação e o executivo, que o acompanha, não mexeu. Quando os cidadãos se mexeram e decidiram realizar e legalizar o protesto público, o dito executivo pega no lápis e no papel para atacar a direcção dos Correios, negando o conhecimento (?!) e se o encerramento fosse um facto, estaria do lado da revolta pública dos cidadãos. Nada mais hipócrita! É a política destes tempos.

Pela dimensão da revolta transversal às confissões sociais e políticas, fica a oportunidade destas duas entidades assumirem, cada uma no seu papel, a responsabilidade de preservar o serviço público e o edifício histórico (de arquitectura modesta mas do pouco que resta da estrutura da velha vila) do segundo quartel do século anterior.

Como julgamos saber que os Correios não estão agir de mãos livres, vamos aguardar pelos próximos episódios e quem vai assumir responsabilidades.


FORUM ALBUFEIRA

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