segunda-feira, 27 de junho de 2011

China: operários em greve de oito dias na Citizen


Mais de 700 trabalhadores da Citizen, fabricante japonês de relógios, estiveram em greve durante oito dias na fábrica da província chinesa de Cantão, num protesto iniciado a 08 de Junho, informou hoje a imprensa oficial, depois de ter coarctado, obviamente, as noticias sobre esta luta.

A
greve, que se prolongou durante oito dias, afectou a fábrica Xinmin Guanli Precision Timepiece, propriedade da multinacional japonesa, na cidade de Dingguan, um dos centros mundiais da produção de produtos para exportação.

Os trabalhadores em greve – mais de um terço dos 2.000 trabalhadores da fábrica – iniciaram o protesto depois da empresa ter pedido para trabalharem ao fim de semana, de forma a recuperar dois dias de trabalho perdidos na sequência da ruptura dos sistemas de ar condicionado.

Os trabalhadores entraram em greve depois de a empresa ter recusado o pedido de duplicação da remuneração paga em relação a um dia de trabalho normal.

Segundo um trabalhador da fábrica citado pela agência oficial Xinhua, esta é apenas a ponta de um iceberg num conflito entre trabalhadores e patrões que remonta a alguns meses e que inclui divergências sobre o salário actual, na ordem dos 2.500 yuanes mensais (260 euros!).

No ano passado, várias fábricas chinesas foram alvo de greves, aqui noticiados, facto que teve repercussões nas companhias japonesas, como no caso do sector automóvel (Toyota e Honda), e que foi solucionado…até ver…, maioritariamente, com aumentos salariais de até 60 por cento.

Nas últimas semanas, a província de Cantão tem vivido várias situações de descontentamento social, com registo de violentos confrontos em Xintang, entre as autoridades e os migrantes da província de Sichuan, no interior do país e de trabalhadores para Cantão e outras províncias mais desenvolvidas.

A luta dos operários na China aumenta de intensidade, e a determinação demonstrada mostra que os trabalhadores, principalmente os operários, não estão dispostos a manter a continuação da exploração desenfreada vinda deste regime social-fascista, aliás cada vez mais fascista do que social.

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