segunda-feira, 6 de junho de 2011

As novas moscas


O burro como sempre é o povo português...


Com o fim do dia 5 de Junho e a eleição de Passos Coelho e do PSD para o novo Governo, considerado o melhor para aplicar os planos de ingerência na vida do país, convém não esquecermos que longe de ter defendido os interesses nacionais, foi o primeiro a declarar-se do lado da dívida, dos credores e da “troika”, em parceria com PS e CDS.

Os resultados eleitorais são uma derrota global para o povo português. A vitória da direita tradicional e a derrota da outra face da moeda, que se insinua de esquerda, são aspectos dos jogos de interesses da sociedade ao serviço do capitalismo e da sua alternância de valores que nunca produziram nada de bom para o país.

Ultrapassado o passo da farsa que tinha de passar pela ilusão das eleições, o dia 6 de Junho representa a consagração das políticas de rapina e do seu pagamento, agora pela mão do PSD.

Passos Coelho derrota Sócrates, o seu parceiro dos últimos dois anos nas negociatas dos PEC contra o povo, não porque se distinga das políticas mas porque como qualquer ave de rapina só tem de esperar pela podridão das presas.

As eleições fecham com uma ausência de 42% da população, o que significa que nenhum dos partidos chamou ao convencimento novas franjas. O país que não acredita na democracia burguesa é tão importante como a parte que se deixa levar por ilusões acrescida da que defende as mordomias que o Estado proporciona.

As eleições derrotaram o socratismo miserável que deu mais uns passos para o desastre económico e financeiro do país e os partidos de que é charneira, se referenciam e posicionam na sua recuperação para a distorcida imagem de “esquerda”.

Para a CDU o que conta é que capitalizou mais votos e deputados, continuando a vender a sua política de subjugação ao parlamentarismo complacente, cego e corrupto, renunciando à luta e unidade dos trabalhadores para imporem as transformações sociais que se exigem.

Juntam-se à derrota os arautos do BE, o partido da televisão e do transformismo político, cujo crescimento resultou de descontentamentos alheios e não de uma linha política justa de luta dos trabalhadores por uma política e um Governo democrático e popular.

No Algarve, a derrota do PS deu lugar à alternância, não porque os algarvios tenham votado em massa nos deputados das portagens, que dizem uma coisa e fazem outra. A leitura que se pode fazer é apenas uma mudança de mãos e sobre descontentamento e não uma mudança de políticas e soluções para os problemas que todos conhecemos.

Com uma abstenção superior à média nacional, um número considerável de votos brancos e votos de protesto noutros partidos, os algarvios deixaram uma mensagem clara de que não encarneiraram na pobreza da campanha regional que se apoiou nas imagens emanadas dos centros dos partidos.

Os problemas da região foram subjugados pelos ditames da troika para o país, de que todos os candidatos nas diferenças de retórica, foram exímios paladinos.

O Algarve, no novo contexto de sucessão governativa, pouco mais verá do que a mudança das moscas… esperemos…

Luis Alexandre

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