domingo, 12 de junho de 2011

P”S”: o que vem aí?


Este é o punho que nos esmagou!


Com o xuto tardio que o país deu em Sócrates e no partido que encarnou a personalidade do chefe, por razões de timing do PSD e o medo de orfandade do resto da chamada “esquerda”, o P”S” quer voltar à vida.

Percebendo o fim, a cacicagem subserviente da direcção “socialista”, o cortejo das distritais e os lotes de mordomias e nomeados cerraram fileiras em torno do chefe num último esforço e sem convicção… com os olhos postos no dia seguinte e na sucessão.

A demissão pronta de Sócrates, corresponde ao conhecimento da realidade e ao fim da encenação que foi longe de mais com prejuízos para o país. Sócrates sabia que o partido percebia a profundidade dos problemas causados e lhe dava a última oportunidade. A montagem do congresso da unidade não se transportou para a população…

Com a demissão ainda quente… já se perfilavam as tendências, numa prova clara de preparação.

Nem o legado de uma política de direita ao serviço do grande capital nacional e interesses estrangeiros que se serviram da economia do país e a estrangularam, demove os dois candidatos que deram o passo em frente.

Um, Seguro de si mesmo, vinha montando o distanciamento num discurso próximo de uma ala ainda mais à “esquerda”, sem faltar à lealdade e que, julgamos, acabará por arrancar o apoio do poeta Alegre como referência. Percebendo que é necessário mudar o discurso e voltar a recuperar o sentido retórico de identificação com os problemas da população, Seguro vai apregoar a linha de um novo P”S”. Em cada metamorfose, o falso partido socialista vai mostrando o distanciamento dos valores que apregoa.

O outro candidato de nome Assis, outro homem do aparelho e de primeira linha dos velhos compromissos que nos levaram à bancarrota, avança e como o terreno da “mudança” está marcado, resta-lhe afirmar que há esperança para o P”S”.

Os dois partem amarrados à assinatura do acordo com a “troika” e serão chamados, estejam no poder partidário ou não, a cumpri-lo. O P”S” é um partido da confiança dos especuladores e das suas agências e não quer perder esse estatuto.

Tal como o PSD foi parceiro dos PEC de “salvação” do país, agora o P”S” é parceiro do próximo Governo PSD/CDS e de todas as medidas reaccionárias contra a economia nacional e os interesses do povo.

Assis ou Seguro, com o primeiro mais consciente de uma linguagem próxima da estabilidade da situação política para o cumprimento da dívida e o segundo mergulhado em contradições entre o que diz e vai fazer, são parte das anteriores e novas políticas de desemprego e miséria, falências, aumento dos impostos e bens essenciais, ao serviço do capitalismo que nos retirou a condição de país soberano.

Como no tempo do rotativismo sob a monarquia, os partidos da democracia parlamentar estão mais próximos do total desmascaramento.

Luis Alexandre

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