domingo, 10 de julho de 2011

Lisboa:precariedade em discussão


Um piquenique contra a precariedade, contra a instabilidade, contra a incerteza, a fragilidade…tudo adjectivos em que centenas de trabalhadores na sua maioria jovens se referiram ao trabalho incerto, sem termo, que os números mostram que está aumentar exponencialmente.

Dos 842,9 mil trabalhadores com vínculo não permanente, 511,3 mil têm entre 15 e 34 anos, o que corresponde a 60,7 por cento do total de precários, dados do INE, mas outros números não oficiais, indicam que o número de trabalhadores precários totalize entre um milhão e 200 mil e um milhão e 400 mil trabalhadores.

S
entados na relva, vários grupos de trabalho, bolseiros, Movimento 12 de Março, e outros congregaram esforços, discutindo ideias, aprofundando a discussão sobre este tema que atravessa transversalmente a sociedade, trabalho precário tão velho como o trabalho escravo.

Pelo Movimento 12 de Março (M12M), co-organizadores da iniciativa, Paula Gil lembrou também que a crise actual “passa muito pela precariedade laboral”. “A instabilidade profissional leva a que as pessoas não comprem, não invistam, e a produção diminui e há mais desemprego”.

Este Movimento está agora a iniciar uma campanha para apelar a uma auditoria às contas públicas, com o objectivo de saber de onde vem a dívida portuguesa e que parte dela é especulativa, juntando assim às posições que o nosso partido tem sempre defendido. Outra das iniciativas passa por recolher 35 mil assinaturas para propor ao Parlamento que se usem as medidas legislativas já existentes para travar a precariedade.

A precariedade é um facto bem sentido e partilhado pelos bolseiros de investigação científica, que também marcaram presença na iniciativa de hoje no Parque Eduardo VII.

“Os bolseiros são precários e sentem isso na pele. São atirados, às vezes por 10 anos, para sucessivas bolsas até conseguirem eventualmente um contrato de trabalho. Isto define a precariedade: não se saber como se vai viver”, resumiu, em declarações André Janeco, da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC).

Relembremos que além da precariedade, mais de metade dos desempregados são jovens com menos 35 anos.

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