segunda-feira, 18 de julho de 2011

A visita ministerial e a base de miséria da insegurança


Num quadro de sentimentos generalizados de insegurança entre a população do Algarve, está anunciado com pompa para esta semana, a visita do novo ministro dos polícias e dos ladrões, ao concelho epicentro da criminalidade.

Trata-se de um acto de Estado… (o ministro vem acompanhado do comandante-geral da GNR) tornado público para o simples anúncio da subida de patente da chefia e um aumento de efectivos do destacamento de Albufeira, o que faz pensar sobre a sua utilidade e os seus objectivos.

A descida de um ministro da cor da edilidade de Albufeira que sempre se queixou de não ser atendida pelo Governo anterior de Lisboa, tem por um lado o efeito propagandístico de conforto e lifting de face do edil presidente e a intenção clara de lançar uma mensagem generalizada de tranquilidade… e de que existe uma maior preocupação a nível central.

Se nos debruçarmos sobre a realidade actual, o que mudou no país sobre criminalidade foi o ministro da tutela. Tudo o mais, como o seu aumento e as profundas razões de base social e económica continuam em perspectiva de agravamento.

Com o país mergulhado numa crise sem precedentes com reflexos desastrosos na região algarvia, desprovida de alternativas ao Turismo, o que se traduz na percentagem mais elevada de desemprego, salários em atraso, empresas em grandes dificuldades e muitas falências em perspectiva, cenário que as próximas medidas recessivas deste Governo PSD/CDS farão agravar, a presença ministerial não passa de uma manobra de diversão.

Sendo universal o reconhecimento da necessidade de medidas organizativas que melhorem a intervenção policial no Algarve, sobretudo ao nível da prevenção e da repressão criminal e do policiamento de proximidade, esta acção presencial para residente e inglês ver, não vai travar a força do rastilho da desagregação social que não pára de subir e é subjacente aos vários níveis de comportamentos marginais.

Os problemas do Algarve estão identificados e exigem medidas que vão para além do sector da segurança. A insegurança combate-se pela antecipação aos factos, tal como a segurança se promove pela visão e existência de planos de criação de emprego, riqueza e desenvolvimento colectivos.

O ministro da Administração Interna e os seus apoios regionais sabem-no bem. Mas sobre tais medidas trazem o silêncio. Porque os planos que têm para o país e para a região são os do desinvestimento, da exploração dos salários e empresas, do corte dos recursos dos desempregados e famílias, que levam a uma recessão sem precedentes e inevitavelmente à desestabilização social.

O senhor ministro vem em nome de uma nova atitude mas vai embora deixando todos os problemas em aberto. Os algarvios já conhecem este tipo de teatro.

As dívidas para com o Algarve não param de crescer e um dia também as vamos querer saldar…

Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

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Será que o ministro Miguel Macedo vem cá por causa dos roubos??
È que roubos há muitos..
cada um maior do que outro. O maior neste momento é o que os maiores hoteis do conselho estão a fazer ao municipio e aos municipes de Albufeira.
Ao não pagarem a água que estão a consumir e que já lá vai em largos milhares de Euros.
ISSO É ROUBO.
Ou será que para manter os postos de trabalho dos filhos (presidente e vice) não há ordens para cortar a água..!!!
Sr. Ministro das polícias.. Isto é caso de polícia..
Sr. Presidente da Assembleia Municipal, que tanto apregoa a defesa da legalidade.
Ficámos todos espera que se cumpra a legalidade...!!!
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