terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Educação déspota...


Um texto para reflectir, hoje publicado, de Manuel António Pina… «A tentação totalitária» …só um reparo ao final do escrito deste grande poeta e escritor…quando ele termina dizendo que a resposta “das democracias contra os demónios totalitários só pode ser mais democracia”, nós acrescentaríamos com acerto, a melhor resposta a esta variante educacional burguesa, só com o desaparecimento deste sistema de exploração e opressão.

E por isso é também fundamental referirmos seja qual o sistema, antigo, moderno, contemporâneo inculcou e inculca nas gerações uma ideologia. “E a vossa educação (burguesa), não está determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais os vossos filhos, pela intervenção directa ou indirecta da sociedade através da escola?” ...


“O"Der Spiegel" publica uma notícia a vários títulos inquietante, não só dando conta do recrudescimento nazi na Alemanha mas ainda do meio que as autoridades alemãs ponderam para evitar que os pais neo-nazis instilem as suas ideias nos filhos: retirar-lhes as crianças.

Relatórios policiais têm revelado a existência na Alemanha de numerosas escolas e campos de férias organizados como os da Juventude Hitleriana onde os filhos de neo-nazis estudam o "Mein Kampf", são estimulados a admirar "heróis" como Hitler, Goering e Goebbels, cantam canções nazis e aprendem o ódio aos judeus e outras "raças inferiores".

Sou dos que pensam que o Estado democrático tem o dever de proteger as crianças de serem sujeitas a uma educação fundada em valores monstruosos como os da superioridade rácica e da violência xenófoba. Mas não posso deixar de pensar que tirar os filhos aos pais e pô-los sob tutela do Estado seria o que fariam (e fizeram) os nazis e de me interrogar se, como no sermão de Niemoller, a seguir aos filhos dos nazis não viriam os dos comunistas, depois os dos muçulmanos, depois os dos ateus, e por aí fora.

Julgo que existem razões para temermos pelo sistema democrático quando as democracias cedem à tentação totalitária para se defenderem. Como disse o primeiro-ministro norueguês quando dos atentados de Oslo e Utoya, a resposta das democracias contra os demónios totalitários só pode ser mais democracia.”

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