sábado, 6 de agosto de 2011

Trinta dias bastaram… falta o rating de rua…



Ao fim de mais um plano bem urdido que voltou a tramar a vida de uma Nação, um simples acto eleitoral chegou para trazer a vaidade, a exuberância e os princípios dos velhos sectores que sempre montaram as suas fortunas sobre os farrapos e a infinita e espúria credulidade indígenas.

Dando cumprimento aos planos da “troika”e validado por menos de um terço do povo português, o Governo PSD/CDS agora com o P”S” no papel de muleta, cada vez que fala mata uma promessa eleitoral e aplica mais uma medida desses planos minuciosos.

A direita no poder, depois da fartança financeira que a governação do dito partido socialista proporcionou aos seus diversos tentáculos na economia e finanças, com lucros bancários e ganhos bolsistas fabulosos, dinamização dos mercados imobiliário e automóvel de luxo, uso do ensino universitário privado para negócios sujos, aumento dos lucros sobre a fragilidade do trabalho com redução de salários e regalias sociais e as enormes dívidas empresariais (Fisco, Segurança Social e Banca) à sombra de uma Justiça modelada pela participação no banquete, cumpre o seu papel de “pôr as contas do Estado em ordem”, sem rebuços sobre os velhos métodos do roubo sobre a população.

Bastaram trinta dias para as mentiras eleitorais se mostrarem punhaladas e as medidas em nada diferirem dos antecessores. Não se chamam PEC (que foram mantidos) e chamam-se memorando da “troika”, cujos prazos o Governo PSD/CDS não se cansa de apregoar estar a cumprir.

Sem programa próprio como a campanha eleitoral assinalava, o decretado roubo de metade do 13º mês que se repetirá quando entenderem, os aumentos dos transportes públicos que serão tantos quanto o apetite dos privados interessados no sector, o fim dos tectos na electricidade, a carestia do gás, a cartelização nos combustíveis, a paulatina entrega da Saúde aos privados e a ascendente “moderação” das taxas, professores para a rua e turmas de 40 alunos… e porque não a introdução de propinas nos 10º, 11º e 12º, os despedimentos saudáveis nas empresas, o desespero e a escalada para mais de um milhão de desempregados, a maioria jovens, a injecção de capitais públicos na Banca, as privatizações que oferecem os nossos activos em saldo, as sub-reptícias subidas do IRS e o inevitável aumento de alguma ou de todas as taxas do IVA, são o que o Governo tem ordem para oferecer ao país.

Corremos com o Governo P”S” por ter endividado o país em favor do grande capital nacional e internacional e os seus novos representantes no poder apressam-se a levar mais fundo as reformas que se viram todas contra os trabalhadores e reformados e as pequenas e médias empresas.

Depois das garantias de salvaguarda dos investidores bolsistas, o novo Governo desdobrou-se em duas frentes, na externa com o caixeiro-viajante Paulo Portas a pedir atenção para os saldos em Portugal nas empresas a privatizar e, na interna, preparando os dossier agilização da Justiça sobre a ralé que falhe e o dos despedimentos e redução das indemnizações, para se dar garantias ao capital estrangeiro que podem voltar.

O mercado abriu com o fim das Golden-share e acabar a obra de saque BPN laranja, que Cavaco apadrinhou e a coligação PSD/CDS faz questão de ofertar em bandeja a novos correlegionários associados à cleptocracia angolana (BIC), que nos dão 40 milhões depois da injecção de 2500. A outra Banca descapitalizada assistiu, apesar de uma parte das tranches do BCE lhe terem sido entregues e já definiu o prato que se segue: que o Estado lhes pague o que deve! E calculem de onde sairão mais estes milhares de milhões…

Com o requiem contra o povo em aquecimento, a suposta esquerda volta a carpir o chumbo da papelada parlamentar, vendendo a ilusão de que estão a lutar…

As centrais sindicais, dominadoras dos planos da “troika”, balbuceiam imperceptíveis protestos, quando por muito menos se organizou uma greve -geral de grande sucesso contra as políticas do P”S”, na altura apoiadas pelo PSD.

Enquanto o capitalismo quase rebenta de ovado e nos chama de lixo… o povo português só tem o caminho do rating… de rua, para se defender das políticas e daqueles políticos verdadeiro lixo…

Luis Alexandre

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