quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um texto que merece muita atenção...

Os povos da Europa devem opor-se sem hesitação ao "Governo Económico Europeu"




O
mote foi dado por aquele que é considerado pela revista FORBES como a 3ª maior fortuna do planeta - Warren Buffett. Face à contestação crescente daqueles que são chamados, sistematicamente, a pagar as dívidas soberanas, isto é, os povos, os trabalhadores, o multimilionário, numa jogada de antecipação que visa travar ou acalmar tal contestação, propõe à classe política burguesa, gestora dos negócios do grande capital bancário e financeiro, que não tenha medo de taxar com níveis mais elevados as transacções financeiras e as grandes fortunas.

Num inquérito recentemente efectuado às maiores fortunas do planeta, mais de 90% dos inquiridos, revelaram o seu receio quanto à escalada da contestação e, sobretudo, ao seu progredir "descontrolado". Isto é, reconhecem que os seus aliados do costume, os partidos revisionistas, reformistas e social-democratas, já não conseguem cumprir o seu papel, a favor dos interesses da burguesia, de travão desse movimento crescente de contestação.

Fazendo-se eco da proposta de Buffett e do receio da esmagadora maioria dos detentores do grande capital, o Presidente francês Sarkozy (o novo Petain capitulacionista) reune-se, numa minicimeira realizada em Paris, com a chefe do IV Reich alemão, a inefável Srª Merkel, e decidem propor a criação de uma Taxa sobre as transacções financeiras na União Europeia.

Logo um coro de aplausos eclodiu por toda Europa neoliberal. Zapatero veio, de imediato, subscrever esta e outras propostas (que mais adiante comentarei) que a dupla Merkel/Sarkozy alinhavaram na supracitada minicimeira. David Cameron, 1º ministro britânico, apesar de reconhecer que tal proposta "tem por objectivo dar uma nova confiança aos mercados financeiros da zona euro, abalada com a crise da dívida soberana", afirma que vai ponderar melhor sobre esta proposta, já que, na sua opinião, tal medida ganhará maior eficácia se aplicada a nível global.

Mas, o facto mais importante que se ressalta das propostas saídas desta minicimeira, relevam de uma atitude de chantagem fascista por parte do imperialismo alemão, de sujeitar a eventual criação dos tão desejados (sobretudo pelas burguesias dos países ditos periféricos) "eurobonds" à criação de um "governo económico europeu" para cuja chefia propõem a sinistra figura de Herman Van Rampuy, actual Presidente do Conselho Europeu.

Há muito que se sabia que a infra-estrutura económica europeia, dominada pela política neoliberal, era controlada pelo imperialismo alemão, com o beneplácito do capitulacionista Sarkozy. Mas, a Alemanha quer ir mais longe. Não satisfeita em dominar economicamente a Europa, quer dar, e depressa, o passo seguinte: dominá-la politicamente, dominar a sua superestrutura ideológica e política. Quer atingir o objectivo que nem Hitler, nem os seus aliados do Eixo, e as suas divisões Panzer, lograram.

É que esta proposta implicaria, por um lado, que todos os membros da União Europeia fizessem incorporar nas constituições dos respectivos países o limite de dívida externa que mais convém aos interesses especulativos financeiros da Alemanha e, por outro, anuíssem que o dito "governo económico europeu" tivesse a última (e a primeira) palavra no que respeita à política orçamental de cada um dos países que compõe a UE.

Desengane-se Srª Merkel. Desengane-se Sr. Sarkozy. Desenganem-se todos aqueles, desde os Buffett deste mundo até àqueles que, dizendo-se de esquerda, têm feito, objectivamente, o jogo da burguesia quando, não entendendo (ou fazendo crer que não entendem) a natureza de classe da crise e da dívida, insistem em que o povo deve pagar uma dívida que não foi contraída por ele, nem foi contraída em seu benefício, desde que em prestações suaves e juros baixinhos.

Desenganem-se porque nenhuma reforma fiscal, nenhum "governo económico europeu", sequestrará o valor que os povos da Europa dão à sua independência nacional. Desenganem-se porque o tempo do "com papas e bolos se enganam os tolos" acabou. A contestação que grassa em toda a europa atingiu um grau de maturidade que já não se compadece com estas "aspirinas". A classe operária, os trabalhadores, o povo em geral, aperceberam-se já que este cancro que é o sistema capitalista, o sistema de exploração do homem pelo homem, não tem cura, nem com bisturi.

LJ

Sem comentários: