sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sete fôlegos do freitismo



Igual a si próprio, um manobrador da nova escola política do P”S”, ontem socratista, hoje com a novidade sequente, Miguel Freitas, talvez o político regional que mais derrotas acumulou, preparou com cuidado e a protecção do líder, com o qual se segurou … desde antes da primeira hora, a forma de se perfilar à recandidatura.

Miguel Freitas, com a cadeira de deputado assegurada e peça da nova estratégia do P”S”, ajusta e apoia-se na nova linguagem da liderança, “de reflexão e debate interno”, para medir o pulso às linhas de opinião que lhe possam oferecer resistência, usando a influência nos órgãos por si escolhidos para vencer a votação do adiamento do congresso regional.

Este ganhar de tempo, associado à tentativa de maior intervenção pública, agora no papel de “férreo opositor” dos estimados parceiros da “Troika” instalados no Governo, é uma das formas encontradas para o lavar de face junto dos correlegionários e da opinião pública algarvia.

Nesta saga interventiva e livre de ser o tentáculo a sul das políticas do seu partido que deram o golpe fatal de afundamento do país, mergulhou na árdua tarefa de credibilizar-se…, tomando posições públicas impensáveis há escassos meses…

A primeira, sobre as portagens, onde deixou vincada a ausência nos protestos e a sua defesa a troco da requalificação da EN 125, cujas obras o Governo P”S” sempre adiou (os cofres do Estado já não aguentavam a vagabundagem), adiantando agora “que reconhece legitimidade para a revolta dos algarvios”, porque o novo Governo se prepara adiar as obras… que na sua imensa maioria não chegaram a arrancar.

Outras, são uma sinfonia de hipocrisias, onde lamenta o estado do país, da sua economia e finanças (?!) e os números do desemprego (chama-lhe buraco negro), atribuindo-as de forma desavergonhada à governação vigente, como se as desgraças instaladas e as anunciadas, que o P”S” se prepara para validar no Orçamento de Estado com a abstenção (e vozes para a aprovação), não fossem a continuação das piores políticas e o maior roubo sobre a população de que há memória após o 25 de Abril de 74.

Sobre o Algarve, que lhe tem alimentado a ambição e pago o preço da sua cumplicidade com o centralismo, partidário e governativo, ofereceu os paliativos de compreensão pela gravidade sem precedentes, sem falar das suas responsabilidades e as do seu partido.

Mostra apreensão pelo binómio Turismo e construção, o primeiro em fase descendente e o segundo em exaustão, depois de anos de apadrinhamento e de proveitos de P”S” e PSD, em detrimento de políticas de sustentação, inovação, requalificação urbana e recuperação de recursos na agricultura, pescas e indústrias de suporte.

As rosas neo-liberais de Miguel Freitas e do P”S”, cravaram espinhos profundos na região e no país, cujas feridas (as dívidas que aumentaram e o assalto aos direitos de quem tudo produz e não tem culpas) só podem ser saradas com políticas que os combatam. Ambos fazem parte dos problemas e das soluções reaccionárias que a coligação PSD/CDS tem a pretensão de aplicar sobre o povo português.

Falta saber se vamos deixar!

Luis Alexandre

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