quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Trabalhadores do Pingo Doce em luta contra as condições de trabalho



Os trabalhadores do Pingo Doce estão hoje concentrados em algumas lojas do país, exigindo aumentos salariais, cumprimento dos horários definidos semestralmente, melhores condições de higiene e a atribuição de um cartão de descontos para funcionários.

A loja de Algés, em Oeiras, foi uma das escolhidas para estas concentrações. No local, estiveram trabalhadores a distribuir panfletos informativos aos clientes, envergando também com bandeiras do CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal). «Estamos aqui para reivindicar aumentos salariais: queremos para 2012 um aumento de um euro por dia e queremos que o nosso subsídio de alimentação sofra um aumento para passar para os 5,65 euros. Gostávamos que nos fosse dado o cartão funcionário que já muitas empresas da concorrência têm, que atribui aos funcionários um desconto de oito por cento nas compras feitas em loja», disse uma trabalhadora sindicalista do Pingo Doce.

A sindicalista, que trabalha no Pingo Doce desde 1994 e está actualmente no CESP a tempo inteiro, referiu ainda que, apesar de os horários dos trabalhadores estarem organizados a seis meses e «afixados para a ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] ver», «na realidade, os praticados são muito diferentes e todos os dias [os funcionários] têm horários diferentes», o que viola o definido no Acordo da Empresa. Horários, esses, que as diversas lojas impõem indiscriminadamente, usando só o critério dos patrões e seus chefezinhos locais.

A higiene é outro dos problemas apontados e denunciados pelos trabalhadores, há várias lojas que não asseguram as condições mínimas de higiene aos trabalhadores: «Nesta loja (Algés), por exemplo, temos falta de higiene nas casas de banho, sobretudo na das mulheres», sendo frequente a ocorrência de infecções urinárias.

A empresa, não tem dialogado com os trabalhadores: «Antes de convocar a concentração, enviámos uma carta à empresa para nos receber. A resposta foi um ofício a dizer que não tinham disponibilidade nas datas que tínhamos proposto mas também não apresentaram alternativas», afirmou a sindicalista. A última reunião, raras, aconteceu «no ano passado, no Ministério do Trabalho», coisa que não voltou a acontecer desde então e que já não acontecia «há vários anos» concluiu a trabalhadora.

E soube-se hoje que o resultado líquido do grupo, entre Janeiro e Setembro, aumentou 32% em relação ao ano transacto. Para além disto, também hoje se fica a saber que o grupo vai expandir-se para a América do Sul, mais propriamente para a Colômbia…é fartar!


A luta destes trabalhadores, - a maioria deles a trabalhar com contratos precários, falsos recibos verdes, mal pagos, e em condições que não cumprem no mínimo, na maioria das vezes, os Acordos de Empresa, (por exemplo. no último 1º de Maio milhares de trabalhadores foram forçados a trabalhar nesse dia), - é mais que justa, e por isso é fundamental que insiram esta sua luta no combate mais geral contra o governo, mostrando que no dia 24 de Novembro aderem à Greve Geral, pelo derrube deste governo e pela constituição de um Governo Democrático Patriótico.

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