terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um país que não se cala!

Sem parcimónias, os que nos governam com a “marca do empobrecimento para um futuro melhor”, são os mesmos do arranque do esbanjamento e das políticas de destruição dos sectores estruturados da economia nacional, sob o lema do “pelotão da frente”, cujo preço se tornou conhecido.

Em poucos anos percebemos que esta era a estratégia para criar uma almofada social - a classe média -, em sentido mais fácil à custa do Estado e das influências partidárias na rotação do poder, a qual viria a ter um papel importante na aritmética e sentido dos votos.

Peça estrutural da democracia burguesa - a novel classe média -, amarrada a compromissos e iludida com a oferta com que a martelavam, tornou-se presa fácil para a estratégia do capitalismo, que lhe destinou a missão de sustentar a expansão da deriva bancária, fez dela a base dos clientes do endividamento para a justificação do desvario imobiliário e do consumo, tal como foi em seu nome que disparou a megalomania das obras públicas sem impactos estruturantes, na cilada de que lhe haveriam de penhorar os rendimentos futuros.

As cavalgadas começadas nas maiorias absolutas do esbanjamento cavaquista, insufladas dos fundos comunitários, apoderaram-se do Estado, lançando raízes na economia e finanças - entre elas a SLN e o BPN -, onde os negócios públicos e privados laranjas frutificaram, deram lugar aos do P”S” para o apogeu e queda do desperdício, deixando a bancarrota às costas dos contribuintes.

O nível de degradação da organização do Estado e a incapacidade de responder aos desafios da economia e finanças, que têm paralelo na grande família europeia, obrigam a classe política burguesa a mostrar a verdadeira face e a montar a maior panaceia de medidas “democráticas”, onde os fautores são poupados, concentrando-se o roubo sobre os rendimentos dos sectores mais fracos da estrutura social e económica do país.

Nenhum cidadão, até o mais humilde, deixou de perceber o carácter injusto e reaccionário da dívida acumulada, somada e escondida pelos políticos e os seus partidos de poder, em favor de interesses poderosos, nacionais e estrangeiros.

Como o comando do país continua nas mãos dos responsáveis pela dívida, não devemos estranhar o seu desespero em convencer o povo a pagar. Está um país em causa pelo antagonismo de classes, entre os interesses representados por quem governa e os dos governados.

Mas será que vamos aceitar os planos deste Governo e dos seus apoios e não lhes provamos que os do povo são diferentes? Será que a democracia se esgota na imposição de um plano de exploração a soldo estrangeiro ou tem espaço e sentido para que o esforço nacional reverta a favor do seu povo? Vamos ter de fazer escolhas!

A participação em massa na Greve Geral de 24 de Novembro e nas seguintes, é uma escolha! Precisamos de um Governo diferente, que defenda o interesse nacional e exija uma sindicância independente da dívida.

No dia 24 de Novembro é a ocasião para unificarmos a luta. Do sector público ao privado, dos jovens aos reformados, dos desempregados aos indignados, juntos podemos mudar o curso da História.

Luis Alexandre

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