sábado, 26 de novembro de 2011

As malhas da “Troika” baralham





Enquanto a “Troika” deixou mais alguns capítulos para o memorando e sai satisfeita com os empregados que nos governam, estes vão acautelando os ossos, avisados por Otelo e outros menos saloios da tropa, e preparam já mais 1100 polícias para superar largamente a tal fasquia dos 800…

Num país em que o Governo diz ter funcionários públicos a mais, prepara-se o despedimento de dezenas de milhar; com médicos a mais (voz oficial), resolvem-se as queixas com a sua redistribuição (conversa antiga sem solução prática); com escolas e professores de sobra, resolve-se o problema com turmas maiores, encerramentos e carrinhas de transporte; com universidades de sobra cortam-se as verbas e as bolsas; com consumo a mais aumentam-se os impostos e a inflação, com insegurança a mais e as polícias na rua a reclamar meios e dinheiro, o Governo está atento ao seu escudo de protecção… e já definiu o ponto em que eventualmente terá de ceder…

A Banca afogada e com um bolo prometido de 12 mil milhões, replica o seu controlo e os prazos de cumprimento do empréstimo - Fernando Ulrich (BPI) como porta-voz rejeita lições de sexta categoria europeia -, o P”S” bombeiro tem um plano de alívio do roubo sem o pôr em causa e a presidente da AR (Assembleia da República) diz que a revolta da política (?!) pode pôr os mercados na ordem…

Lá fora, outro português, presidente de uma tal Comissão Europeia que ninguém sabe o que preside, repete a teoria das eurobonds, como saída para a chamada crise das dívidas soberanas, que foi escutada num parlamento imberbe e comprovadamente impotente, que não incomoda os ouvidos alemães… que preparam a situação pós-euro e pós UE…

Os tais mercados, que não fazem política, apenas mandam, continuam a sua saga. Depois da Irlanda, Grécia e Portugal, puxam agora o nó sobre a Itália e a Espanha, com a França debaixo de olho, já ganharam o poder com eurocratas e outros fiéis, para assegurarem que o rico dinheiro investido na glória dos seus serventuários da política volta às suas mãos, acrescentados dos juros fraudulentos.

Com uma crise que se arrasta há dois anos, ainda ninguém questionou de forma séria porque não há soluções? Porque falham as instituições europeias e os seus pares?

Já todos percebemos que parte das ameias do castelo europeu estão debaixo de fogo, mas os rombos são apenas uma forma de pressão para fazer vergar os povos a aceitarem a chantagem da dívida e o seu pagamento á custa de um sofrimento que nos transporta para a miséria do princípio do século passado.

Uma a uma, cada uma dessas ameias aparentam encaminhar as soluções no completo alinhamento da vontade do omnipotente imperialismo alemão, chefe de linha dos interesses investidos nas tais dívidas soberanas.

Mas estamos em crer que não passa de uma ilusão, tantas são as injustiças que nos querem impor, estando a vontade dos povos noutra direcção… para mudanças profundas!

Luis Alexandre

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