Brincando com as palavras. Mini Conto em jeito poético.
1. Os passos de um camaleão lusitano ao serviço do grande capital financeiro mundial.
O senhor dos passos
chegou
muito lentamente
muito disfarçadamente
muitos enganou.
Colocou-se em bicos de pés.
Muito em bicos de pés
quase em suspensão.
Não caiu,
muito falou.
Tudo mentiu
tudo aldrabou
e os crentes
os incrivelmente anjos,
muito mais que anjinhos
encantou.
Os fiéis discípulos
santificaram-no
idolatraram-no,
até veio o Álvaro que os pariu
enxertado em frango de aviário
armado em intelectual, espirrou.
Alguns gritaram
Atenção, muita atenção
O Álvaro é filho da tróica
e dos passos que o pariram
na toca entroicado.
A alma já vendeu
os salários tirou
os subsídios matou.
Muitos não ligaram…
Alguém os enfeitiçou.
2. O silêncio dos inocentes
Alguns gritaram,
o coelho roubou
o coelho roubou.
Outros duvidaram
Outros gritaram
Abra-se a caça,
Enviemos para a toca
O filho da tróica
que o pariu.
Alguns exclamaram
A dívida é preciso auditar,
Confirmar.
Muitos não ligaram
Poucos tal não consentiram.
Alguns, apenas alguns, gritaram
Não pagar
suspender
rever
É a opção.
Mandaram-nos calar
não passam na televisão
nem restante comunicação.
É preciso amordaçar
Um dia,
3. Caminho para a vida. Direito ao sonho
Um dia,
num belo e inolvidável dia,
os exauridos Públicos
fartos de empobrecer
fartos de sofrer
ao lado dos Precários,
dos Muitos, Muitos Sem Emprego
e outros famélicos
em marcha forçada,
caminharam para a toca gritando:
Expulsemos os pantomineiros
Mais a tróica que os pariu.
Foi imensa a confusão,
incomensurável o alarido
turvou-se o céu.
O mago guinchou
a terra escureceu.
No final ganhou a razão
Venceu A VIDA.
O HOMEM olhou,
Contemplou
O azul entre os azuis
e SONHOU…
E sonha!
E SONHA!
Luís Sérgio Mendes, Outubro de 2011
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