sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os filhos da Toika... um poema



Brincando com as palavras. Mini Conto em jeito poético.

1. Os passos de um camaleão lusitano ao serviço do grande capital financeiro mundial.

O senhor dos passos
chegou
muito lentamente
muito disfarçadamente
muitos enganou.
Colocou-se em bicos de pés.
Muito em bicos de pés
quase em suspensão.
Não caiu,
muito falou.
Tudo mentiu
tudo aldrabou
e os crentes
os incrivelmente anjos,
muito mais que anjinhos
encantou.
Os fiéis discípulos
santificaram-no
idolatraram-no,
até veio o Álvaro que os pariu
enxertado em frango de aviário
armado em intelectual, espirrou.
Alguns gritaram
Atenção, muita atenção
O Álvaro é filho da tróica
e dos passos que o pariram
na toca entroicado.
A alma já vendeu
os salários tirou
os subsídios matou.
Muitos não ligaram…
Alguém os enfeitiçou.

2. O silêncio dos inocentes

Alguns gritaram,
o coelho roubou
o coelho roubou.
Outros duvidaram
Outros gritaram
Abra-se a caça,
Enviemos para a toca
O filho da tróica
que o pariu.
Alguns exclamaram
A dívida é preciso auditar,
Confirmar.
Muitos não ligaram
Poucos tal não consentiram.
Alguns, apenas alguns, gritaram
Não pagar
suspender
rever
É a opção.
Mandaram-nos calar
não passam na televisão
nem restante comunicação.
É preciso amordaçar


3. Caminho para a vida. Direito ao sonho

Um dia,
num belo e inolvidável dia,
os exauridos Públicos
fartos de empobrecer
fartos de sofrer
ao lado dos Precários,
dos Muitos, Muitos Sem Emprego
e outros famélicos
em marcha forçada,
caminharam para a toca gritando:
Expulsemos os pantomineiros
Mais a tróica que os pariu.
Foi imensa a confusão,
incomensurável o alarido
turvou-se o céu.
O mago guinchou
a terra escureceu.
No final ganhou a razão
Venceu A VIDA.
O HOMEM olhou,
Contemplou
O azul entre os azuis
e SONHOU
E sonha!
E SONHA!
Luís Sérgio Mendes, Outubro de 2011

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