terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Jerónimo Martins/Pingo Doce: uma fuga "solidária"!



Ainda ecoavam as tonitruantes tiradas de Cavaco Silva com o seu discurso - tipo "conversas em família" marcelistas - a martelarem nos nossos ouvidos o apelo à solidariedade, ao contributo de "todos" na recuperação do país e no afastar da tentação de "facilitar" e "abrandar" nas medidas de austeridade, já a Jerónimo Martins, mais conhecida pela sua cadeia de super e hiper mercados Pingo Doce, demonstrava bem o seu espírito "solidário" com as palavras do presidente da república, colocando a salvo do agravamento dos impostos em Portugal, os seus capitais e transferindo a sede social do grupo para a Holanda!

Dizia Cavaco para não transformarmos esta crise em ataques "uns aos outros"! Não Sr. presidente! Este é um ataque, uma declaração de guerra que o governo que acarinha, e os interesses que ele defende - entre os quais o da Jerónimo Martins - lança aos trabalhadores e ao povo português. E, ao povo, mais não resta do que ripostar se não quiser morrer de fome, ser lançado na mais profunda das misérias, no desemprego e na precariedade.

A estes, exigem-se sacrifícios para pagar uma dívida que não contraíram. Aos detentores do capital desculpa-se e facilita-se a fuga de capitais. Não estar uns contra os outros? Para além de começarem já a reinventar o refrão da canção publicitária ao grupo desertor mudando a letra para "No Pingo Doce não vamos mais comprar!" os trabalhadores e o povo português vêem nesta fuga perfeitamente legitimada a sua luta pelo NÃO PAGAMENTO! de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa. Vêm nesta fuga a razão pela qual se deve bater por um Governo de Esquerda Democrático Patriótico que, uma das primeiras medidas que adoptaria, para além da recusa do pagamento da dívida, seria o confisco das grandes fortunas e a nacionalização da banca e das empresas estratégicas, incluindo as da área da distribuição alimentar como é o caso do Pingo Doce.

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