sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Fez ontem uma ano que o Relvas liquidou a IGAL


IGAL extinta para limpar o lixo descoberto



O último presidente quando o enxotaram por ter desenvolvido um trabalho mais profícuo e consentâneo com a definição de Inspeção Geral do poder Local Aurárquico, não deixou de abrir o saco numa carta que o Relvas fez questão de silenciar, abatendo o sitio na interneto deste serviço.

Na ocasião denunciámos a decisão oportunista como forma de abafar os crimes descobertos e que se distribuíam pelas capelas dos partidos que delas se servem.

Como a carta tem um valor considerável e vai para além de desabafos... decidimos colocá-la aqui para os que quiserem a possam consultar:


[gaf

A EXTINCÃO DA IGAL

Foi recentemente anunciada a extìnçäo da IGAL.

Neste momento de crise, que para além de económica, ameaça ser também de
valores sociais e até cìvilizacionaìs, todos os portugueses acharäo bem que se
extìngam os outros sem se preocuparem com a racionalidade do acto em si (se o
serviço público faz falta, se estava a trabalhar bem).

Apesar disso, porque näo aceìtamos derrotas de secretaría, nâo podemos deîxar
de apresentar, aqui, urna declaraçäo pública final sobre o que, com o dinheiro de
todos, fizemos na IGAL nos últimos anos.

A missäo da IGAL consistía, essencìalmente, em acautelar o cumprimento das Ieis
por parte das autarquias Iocaîs.

Essa acçäo de fiscalízaçäo, incómoda para os fiscalìzados, era feita através de
inspecçöes de rotina às autarquias e através da análise de denúncias de cidadäos

ge sentíam os seus dìreitos atropelados pelas autarquias Iocais. É

Com um campo täo vasto de acçäo, com tantos Concelhos e tantas Freguesias,
com tantos atropelos à Iegalìdade e com täo poucos inspectores, a IGAL näo teve
mäos a medir.

E amedrontou, até os poderosos!

De facto, pela calada, uma poderosa assocìaçäo de autarcas, näo encontrou outra
soluçäo, para perder 0 medo, que näo fosse,

Em minha opíníäo, a IGAL vai fazer falta.

Ao longo dos últimos três anos, de forma abnegada, a IGAL procurou acautelar os
qîreìtos dos cìdadäos em ordern a que, entre outros:

 - Os caminhos näo alargassem sobre os prédìos dos "outros" e näo

encolhessem sob os prédios dos 
- Os "amigos" näo construíssem um qualquer prédio e aos "outros" se
"aplicasse a 

X - As Iicenças públicas näo tìvessem que ser pagas, também, a privados;

- A que, nos clitos concurso de acesso a emprego nas autarcíuias Iocais, nâo
ganhasse 0 "concorrente" que todos já conheciam;

 O dinheiro público näo circulasse apenas dentro do mesmo círculo dei

interesses e entidades, num autêntico cerco ao dinheiro público, o que faz
Iembrar constantemente que: "Eles cornem tudo e näo deixam nada”;

- Os jovens engenheîros, arquitectos, projectistas e outros profissìonais
tivessem livre acesso ao mercado da profissäo e que este näo fosse capturado
por eleitos e outros profissionais das autarquias;

- As empresas pudessem concorrer em pé de ìgualdade sem se verem
preterìdas pelas empresas do “círculo de interesses", quando näo dos
próprìos, das Suas esposas e outros familiares e amigos.

 Os trabalhadores das autarquìas exercessem as suas funçöes em consciência,
sem servilísmos e sem ilegalîdades;

- O dinheiro público näo fosse dispenclido na aquisìçäo de veículos de
ostentaçäo, em proveito próprio;

 As declaraçöes de "carîdadezinha" näo proporcìonassem a saída de dinheiros
públicos para agremiaçöes privadas, em proveíto dos seus dirigentes;

 Os serviços públicos e privados, mas com dinheiro público, dedicados aos
mais desprotegidos, entre eles os destinados aos nossos idosos (lares), näo se
destinassem apenas aos amigos do círcuio de interesses e aos cidadäo
dispostos a abdicar da sua cidadanîa.

A0 fazer isto, como compreenderäo, a IGAL granjeou muìtos “amigos".

Näo nos vangloriamos de eficácia.

Säo públicos os atropelos de Iegalidade a que a IGAL näo soube ou näo pôde pôr
cobro.

Atenta a escassez de recursos, foram muitas as vezes em que a IGAL teve de
"esc|uecer” uma ilegalîdade para acorrer a outra maior.

Aos muìtos cídadäos a quem a IGAL näo pôde assistîr na defesa dos seus direìtos
näo posso deixar de apresentar as mìnhas desculpas.

À-Tìvesse eu outros meios que, em vez de desculpas, Ihes exigiría reconhecimento! (

A IGAL näo trabalhou "contra" os eleìtos Iocais nem contra os trabalhadores

Iocaìs.

fgaf

A IGAL trabaihou com uns e outros, com respeito, e por vezes, com admìraçâo.

Alguns fazem parte do nosso patrímónio público de boa conscìência coiectìva.

E muitos nomes me ocorrem.

Nâo os cito, mas guardo-os como conforto para as horas de ìngratìdäo, como
esta.

A esses, eleìtos e funcionários, caberá agora assegurarem, sozinhos, o respeíto
pela cidadania que todos esperam das autarquìas.

Afínai, säo o poder mais perto de nós, cidadäos, e o poder é mau;

Quando mais perto de nós, pior!

Com o poder do "rei” podemos todos;

Está longe!

Por último, os funcionários da IGAL.

Aos funcíoná rios da IGAL só exigi.

Estaría, agora, em condîçöes de retribuir algo mas, a corrupçäo ganhou!

A todos, a mïnha profunda fé, ern que: "quem faz bern näo pode esperar ma|1.

Num servìço público näo se deve esperar reconhecimento.

Mesmo que façamos para além do melhor, nas horas crucìais, só apareceräo os
maldizentes.

Apesar disso, senhores funcionários da IGAL, os senhores só se poderäo sentir
bem.

Näo Ihes exigì para proveìto pessoal, mas para 0 bem público.

E todos corresponderam, elevando para mais do dobro  "produtivîdade" da
IGAL, reduzíndo a despesa.

Estivéssemos nós num País de raiz empresarial angIo­saxónica e seríamos
candidatos aos lugares címeiros, como exemplo para os outros.

No nosso, por incómodos, fomos EXTINTOS!

Entre todos, näo posso deixar de me dirigir aos inspectores da IGAL.

Os senhores ouvíram de mim o que nunca tinham ouvido.

Foram sérios, honestos, humildes, abnegados, näo cederam a promessas, peitas,
pressöes e outros expedientes.

Têm direito a serem respeitados, onde quer que estejam.

E sê-lo-äo!

x

Näo quero terminar esta prestaçäo final de contas, por parte da IGAL, sem dirigir
urna palavra de apreço aos senhores jornalistas que prestam especial atençäo à
admlnistraçâo local.

Alguns dos senhores teriam lugar na IGAL, ern quaiquer orgäo de policia criminal,
no Nlinistério Público e como juízes em qualquer Tribunal.

Ao longo de três anos lí os vossos trabalhos.

Investigam, analísam, descrevem objectìvamente,

PRESTAIVI SERViCO PÚBLICO.

Tal como a IGAL säo, por vezes, incómodos, porque se aproxìmam da verdade.

Felizmente para todos nós näo foram extìntos.

Que näo esmoreçam no vosso trabalhol

Termino com a esperança em que o espírito de serviço público da IGAL, qu
acompanhará cada um dos seus funcionários, para oncle quer que vá, acabe po
renascer, para bem de todos.

Aquì e agora nos despedimos.

A todos os cìdadäos que ao longo destes trës anos nos foram díspensando a sua
atençäo, Iendo as matérias deste nosso sitio, apresento o meu

Bem Hajam!

Lisboa e IGAL, 20 de Setembro de 2011.

O Inspector-Geral

Sem comentários: