quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Crónicas de Vasco Barreto


Portugal é um país sem bandeira


É preciso recordar aqui algum percurso atribulado da nossa bandeira: em determinada inauguração o ex-ministro Eurico de Melo descerrou a lápide, enrolou a bandeira e meteu-a no bolso do casaco; no dia a seguir à inauguração do posto fronteiriço-mixto de Vila Real de Santo António a bandeira estava hasteada de pernas para o ar; o Dr. Mário Soares fez o discurso de fim de ano com a bandeira colocada ao contrário; o engº. Sócrates fez o discurso de despedida de primeiro-ministro com a bandeira colocada ao contrário; o Dr.Pinto Monteiro apareceu no seu gabinete com a bandeira colocada ao contrário; os nossos atletas deixam-se fotografar nos estádios com a bandeira de pernas para o ar; muitos hotéis hasteiam apenas metade da bandeira; a bandeira espanhola hasteada no quartel da Guardia Civil em Ayamonte tem 2 metros de comprimento, a nossa bandeira hasteada no quartel da GNR em Albufeira é do tamanho de uma toalha de bidé; uma bandeira de 1,5 m de comprimento chega a ter três diâmetros diferentes de esfera armilar; foi preciso o selecionador nacional de futebol senhor Scolari pedir para levarem as bandeiras para os estádios porque nós cá nunca tinhamos notado que temos uma bandeira e para finalizar a miséria franciscana aparece o Presidente da República, no 5 de outubro, a hastear a bandeira de pernas para o ar na varanda da câmara de Lisboa. O jornal o Crime mostra a bandeira hasteada de pernas para o ar e a varanda vazia. Estes senhores não foram à varanda para ver a bandeira mas sim para justificar os brutos ordenados. As forças policias tambem não fazem respeitar o protocolo do estandarte nacional (decreto-lei 150/87 de 30 de março artigo 8º.). É já uma formação que vem da escola primária. Sem bandeira não vamos a lado algum.                        
      
Vasco Barreto
Albufeira.

Sem comentários: