Texto lido na reunião de Câmara de quarta-feira, dia 2 de
Dezembro de 2015
Perante a calamidade que virou tragédia, porquanto quem tinha uma vida
organizada viu-a dar um trambolhão e ficar confrontado com as suas necessidades
e o jogo do empurra por parte dos diferentes níveis de autoridades, sem que
estas tivessem sido justas e explícitas a falar quer da sua responsabilidade e
que meios públicos vão accionar para apoiar a recuperar negócios e condições de
sustento de vida de largas centenas de afectados.
Até hoje só se conhecem comomedidas a criação do gabinete das Lamúrias e
que vai haver uma comissão para gerirum tal Fundo de Emergência que ninguém
sabe bem o que é, que verbas tem alocadas (e não será hoje que vamos saber,
porque isso trará outros raciocínios que o poder se esforça por esconder) e
quais os critérios da composição da referida comissão.
Resumindo, com as portas dos negócios compulsivamente encerradas, num
longuissímo mês, para além dos prejuízos dentro de portas temos de somar a
falta de receitas mas do executivo não falta a solidariedade em palavras. Claro
que o longo e exagerado mês para entregar o rol de prejuízos não pasou de um
preceito táctico para diluir a aflição de uns e o desespero de outros. Com a
tal comissão a fazer o trabalho que se supõe moroso, enfrentamos mais longos
dias de mãos vazias e incertezas que se irão traduzir em migalhas, se as
houver. Para o executivo camarário estes problemas cabem na comissão, porque a
sua estratégia se resume a salvar o Fim-de-ano, que todos já percebemos está
mergulhado nas águas da tristeza.
As responsabilidades dos factos são todas do executivo camarário, ontem
comprovado com o presidente a falar de que já está em curso um plano para a
drenagem do leito de ribeira, o mesmo que foi dito a quente pelo Dr. Rolo em
2008. Esperemos que não sejam novamente planos feitos em cima dos joelhos, sem
atender à lei quanto ao histórico de cheias como à fiscalização das autoridades
hidráulicas que fecharam os olhos a uma obra de fachada e inconsequente.
Os executivos do PSD e a própria oposição viveram sempre fiados na bondade
dos deuses mas, a Naturezanão os ouviu e fez o trabalho de mostrar como se
construiu uma cidade desordenada e insustentada. Os empresários e a população
não tomaram nenhuma decisão pública, são publicamente abandonados às más
decisões, como o Polis, e aos custos da incúria de quem elegemos.
Nada no futuro vai ser como no passado e ainda há muitas ilações a tirar,
também do ponto de vista político.
Nota: Foi pedido que a haver entrega de fundos, estes devem ser editados
públicamente para que sejam controlados, bem como os custos das obras no espaço
público e as quotas de participação do Estado Central e do Município.
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