quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Texto publicado na edição de hoje do jornal "Barlavento"




A capital do Turismo e as cheias

1.    A suposta ignorância:

Sem PDM e com PDM, PS e PSD, os partidos únicos mandantes no concelho de Albufeira não deixaram de assinar os IMI e IMT que engordavam o orçamento camarário, fechando os olhos ao acidentado da Nartureza que nunca deixou de se revoltar. Duarte Pacheco viu o que estes partidos ignoraram, construindo um caneiro em condições de solos desimpedidos que estes partidos acrescentaram em comprimento, reduziram a secção e autorizaram a construção dos solos permeáveis. A festança económico-financeira do Programa Polis/Câmara também passou ao lado do estado selvagem e natural de uma ribeira que encenou vários dramas na sua história.



2.    O descrédito de Albulfeira perante os deuses:

Ignorada a ciência e as leis que regulam as construções em leito de linhas de água, os executivos da CMA têm acumulado derrotas que empurram para as costas dos que foram induzidos a investir nestas áreas de exposição a estes fenónemos que a Natureza não anuncia nem a Protecção Civil de Albufeira compreende por dever de antecipação. Depois de Setembro de 2008 e do sinal de catástrofe de 1 de Novembro de 2015, Outubro de 2016 volta a ser palco de mais água de retorno dos dinheiros deitados à rua em caneiros e cosmética municipal e nacional, que decidiram que uma chuva ocasional cabia em 60 cm de canos... e paredes sazonais que evitem o descalabro de águas sujas na praia da capital do Turismo...



3.    As conclusões rasgadas em 2008 e a “obra do século”:

O desespero de Setembro 2008, com a Câmara PSD e o Governo Central a assobiar para o lado, não foram uma lição para os governantes. Foi preciso os céus desabarem de novo em água e Deus não ter tido vontade de colher vidas humanas, pelo menos em Albufeira, para que os papéis resultantes das profundas críticas fossem trazidos à tona da necessidade de obras de fundo, havendo ainda pelo meio uma intervenção de cócegas na Rua Cândido dos Reis, que na entrada deste Outono voltou a contabilizar prejuízos e recurso às galochas, para gáudio dos turistas que se empoleiraram nas cadeiras. Mas a obra do século já estava em curso nos projectos e vai ser apresentada pelo presidente que protagonizou a maior desgraça do século.



4.    Os milhões perdidos reduzidos à hipocrisia de pouco mais de 135.000 euros:

Quase um ano depois e debaixo do fogo do descontentamento de largas centenas de populares e empresários, com as eleições autárquicas no horizonte, o Governo tripartido decidiu-se a dividir proveitos com critérios que a imensa maioria dos afectados não entende como não lhe tocam. Do MAI até chegou carta a uma família, a dizer-lhes que não iam ser ressarcidos de um carro para a sucata... porque tinham outros e quando a realidade é bem dolorosa porquanto esta perdeu bens de primeira necessidade superiores a 10 mil euros. Noutros casos, podemos denunciar pessoas que com stoks à consignação ficaram enterradas em dívidas, pela incúria de quem nos desgoverna.



5.    Alijar a incompetência?

As eleições são o próximo palco do descontentamento se este não for alargado com a chegada do Inverno e, por consequência, do nosso inferno.


Luís Alexandre

Presidente da ACOSAL





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